Cobertura de nuvens reduz precisão, mas diminuição pode chegar a 60%. Para Minc, ações integradas contribuíram para pelo menos 50 por cento da queda. - Foto: Jefferson Rudy / MMA
O desmatamento na Amazônia apresentou queda pela terceira vez consecutiva no período de um ano. Entre fevereiro e abril de 2009, com relação ao mesmo período do ano passado, a área total desmatada foi de 197 Km2 . Dados do Inpe dão conta de uma redução de 90%, mas, mesmo confrontada com o aumento da cobertura de nuvens na região Amazônica nos dois intervalos, a diminuição pode ter chegado a mais de 60 por cento. O ministro Carlos Minc comentou nesta terça-feira (2) os números do Prodes e Deter, classificados por ele como "o menor desmatamento dos últimos 20 anos."
Para Minc, pelo menos 50 por cento da queda deve ser atribuída às ações integradas do Ibama, Polícia Federal, Força Nacional, além das polícias estaduais e Polícia Rodoviária Federal, em operações como a Arco de Fogo. Ele disse, ainda, que as ações serão intensificadas nos meses de junho e julho, que historicamente apresentam os maiores aumentos do desmatamento.
Minc anunciou que em dez dias estarão sendo impetradas 70 ações civis públicas contra os maiores desmatadores. Já entramos com 10 ações e agora estamos intensificando esse trabalho. Segundo ele, a pecuária é hoje o maior desmatador da Amazônia, lembrando os acordos como a moratória da soja e setores da produção de cana-de-açúcar. A soja hoje está controlada, disse.
Em um ano, a Polícia Federal já efetuou 244 prisões, instaurou 114 inquéritos policiais e 384 outros termos circunstanciados (envolvendo pequenos delitos). Só a Operação Arco de Fogo apreendeu 45 mil m2 de madeira, o que daria para encher 2.200 caminhões e fechou 516 serrarias. No Ibama os números são ainda mais impressionantes, com o envolvimento de uma força-tarefa de 300 homens em 18 operações, aplicando cerca de 3 milhões de reais em multas. Apreendeu 55 caminhões e 1200 metros cúbicos de madeira e 5 toneladas de palmito. As reuniões que definem as linhas de ação de combate aos crimes ambientais, centralizadas na Coordenação de Combate aos Crimes Ambientais, ocorrem semanalmente.
Mesmo otimista, o ministro lembrou que a taxa ainda é alta e nossa meta é o desmatamento ilegal zero. Para ele, as metas para o ano serão superadas. Vamos baixar as metas estabelecidas, disse.
Quem liderou o desmatamento no período foi o Mato Grosso, com 111,8 Km2. O estado, porém, teve a menor cobertura de nuvens no período, o que significa que teve sua área varrida com maior precisão pelo satélite, enquanto outros, como o Pará, que vinha liderando a lista dos maiores desmatadores, passou boa parte do trimestre encoberto, dificultando a detecção de novos focos.
Gerusa Barbosa
Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente
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