Evento do calendário oficial do Ano do Brasil na França exibirá sete filmes inéditos até o próximo dia 25
Com um excelente comparecimento do público e contando com a presença de figuras ilustres do cinema francês e brasileiro, teve início na noite desta terça-feira (16 de junho), em São Paulo, a 2.ª edição do Panorama do Cinema Francês no Brasil. O evento, que acontece no entre os dias 16 a 25 de junho na Reserva cultural, em São Paulo, e entre os dias 19 e 25 no Cine Odeon Petrobras e na Estação Botafogo no Rio de Janeiro, faz parte do calendário oficial do Ano da França no Brasil.
"O cinema francês é de tal forma extraordinário que não poderia faltar no Ano da França no Brasil uma manifestação organizada. Com uma iniciativa como o Ano da França no Brasil, o Panorama torna possível estabelecer relações com o que se produz lá e aqui, co-produções, atores que trabalham nas duas praças, ou diretores que eventualmente possam trabalhar lá", afirmou o presidente do Comissariado Brasileiro do Ano da França no Brasil, Danilo Santos de Miranda.
Segundo Danilo, o Brasil sempre foi considerado um mercado atraente para o cinema francês, mas este esbarra no problema da limitação à distribuição de filmes, já que há menos salas de cinema aqui em comparação a outros países. "O cinema francês tem muito conteúdo, excelentes atores e diretores, um passado extraordinário e um conteúdo estético fundamental. Tudo isso torna indispensável que haja de nossa parte um contato maior com eles", afirmou.
Em uma sessão fechada, foi exibido o filme de abertura, "Bem-Vindo", do diretor Philippe Lioret, enquanto "Paris", de Cédric Klapisch, foi aberto ao público. Após a exibição, houve um debate com o ator Gilles Lellouche e, por fim, um cocktail. O Panorama de Cinema Francês é apresentado pela UniFrance. Além de "Bem-Vindo" e "Paris", outros cinco filmes estão programados ao longo do Panorama: o drama "Há Tanto Tempo que Te Amo", estreia na direção de Philippe Claudel; "Paris 36", de Cristophe Barratier; "Horas de Verão", do renomado Olivier Assayas (um dos diretores de "Paris, Eu Te Amo"); "'Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte", de Jean-François Richet; e a sátira "OSS 117, Rio ne répond plus", de Michel Hazanavicius.
A abertura do Panorama foi feita com um discurso do cônsul-geral da França em São Paulo, Jean-Marc Gravier, que pediu um minuto de introspecção em homenagem às vítimas do voo 447 da Air France. Em seguida, foi a vez de Régine Hatchondo, diretora-geral da Unifrance, que fez questão de ressaltar a multiculturalidade do cinema francês como um dos trunfos do evento. "Espero que vocês gostem de nossos filmes, assim como nós, na França, seguimos de perto os passos do cinema brasileiro", disse Régine, que ressaltou os 40 filmes franceses lançados no país em 2009, tornando o Brasil seu segundo maior consumidor da América Latina.
Estiveram presentes também ao evento os atores Charles Berling, de "Horas de Verão" e Gilles Lellouche, que representou "Paris" e "Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte"; além dos diretores Philippe Lioret, de "Bem-Vindo" e Christophe Barratier, de "Faubourg 36", e Jean-François Richet, de "'Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte".
Entretanto, foi o ator francês Vincent Cassel, laureado com o César de Melhor Ator por "Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte", quem mais chamou a atenção do público e da imprensa. Despojado e falando um excelente português – fruto em parte de suas constantes viagens a Itacaré, interior da Bahia, onde possui uma casa, e de seu recente trabalho no filme nacional "À Deriva" – Cassel falou de sua experiência de longa data com o país e a cultura brasileira: "No início, minha relação com o Brasil não era profissional. Isso só está começado a tomar forma nos últimos anos, embora nunca tivesse imaginado trabalhar aqui. Minha experiência é pessoal, com a cultura desse país. A primeira coisa que me atraiu foi a música", revelou. Já sobre o lado profissional, o ator fez questão de ressaltar o enorme potencial do cinema nacional. "Aqui tem-se todas as condições para se produzir bons filmes, tudo que vi, em geral, gostei. Há membros do corpo técnico excelente, atores brilhantes e diretores talentosos. Acredito que o único problema ainda seja a falta de dinheiro", disse.
Outro grande parceiro de Cassel e admirador do cinema francês, o diretor brasileiro Heitor Dhalia, de "À Deriva", se disse grande fã do cinema francês, especialmente pela influência de mestres como Jean-Luc Goddard e François Truffaut, além de alguns diretores mais contemporâneos, como François Ozon. "Ocasionalmente há crises no cinema italiano ou alemão, mas o frâncês está sempre ali oferecendo alguma coisa de qualidade". Para Dhalia, há aspectos positivos do cinema francês que influem diretamente na produção nacional: "É uma cinematografia muito voltada para o autor, ou seja, defende o diretor como o diretor da obra. Todo Cinema Novo foi influenciado pela Nouvelle Vague, e vários diretores brasileiros se optam por adotar essa liberalidade e esse perfil intelectual típicos do cinema francês".
O público aprovou com louvor o filme "Bem-Vindo", de Philippe Lioret. Entre os principais comentários, o fato do filme ter a coragem de abordar um tema polêmico como a toda a Europa: a imigração.
Boa parte dos presentes na noite de abertura do Panorama era composta por um público jovem, mas assíduo e fã de filmes franceses. Para a analista de marketing Patrícia Cavalcanti, a língua, em seu caso, desempenha um atrativo adicional. "Tenho muita simpatia pelo país e pela língua. Por isso, sempre que posso assisto a filmes franceses." Para ela, o diferencial da França está justamente na abordagem sutil e sensível, sempre procurando equlibrar o entretenimento com a mensagem e um bom roteiro.
O estudante Raphael Gomide saiu comovido de "Bem-Vindo". "Sempre tive o hábito de assistir a filmes franceses. Principalmente como no estilo de "Bem-Vindo", que tocam em tabus, mostram um lado polêmico pelo qual muitos preferem não tocar no assunto", afirmou. Segundo Gomide, a França se destaca no meio cinematográfico por sua sensibilidade: "Tanto na escolha de atores, trilha sonora, fotografia forte, em todas as suas cores".
O Panorama é patrocinado pela Varilux/Essilor, TV5 Monde, Citroën, Sofitel, Allianz e Embaixada da França no Brasil. O evento tem apoio do Ministério de Relações Exteriores da França, Ministério da Cultura do Brasil, Governo Federal do Brasil, Rain, O Estado de S. Paulo, Telecine, Jornal do Brasil, Fnac, Airstar, Estação, Reserva Cultural, Media Mundi, CMC Vídeo, Europa Filmes, Ano da França no Brasil e Governo Federal da França.
Serviço:
2ª Edição do Panorama do Cinema Francês no Brasil
São Paulo: de 16 a 25 de junho
Local: Reserva Cultural - Av. Paulista, 900.
Rio de Janeiro: de 19 a 25 de junho
Locais: Cine Odeon Petrobras - Pça. Mahatma Gandhi, 2 e Estação Botafogo - Rua Voluntários da Pátria, 88.
www.panoramadocinemafrances.com.br
Os patrocinadores do Ano da França no Brasil (http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/) são:
Comitê dos patrocinadores franceses:
Accor, Air France, Alstom, Areva, Caixa Seguros, CNP Assurance, Câmara de Comércio França-Brasil, Dassault, DCNS, EADS, GDF SUEZ, Lafarge, PSAPeugeot Citroën, Renault, Saint -Gobain, Safran, Thales, Vallourec.
Patrocinadores brasileiros:
Banco Fidis, Bradesco, BNDES, Caixa Econômica Federal, Centro Cultural Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Fiat, Gol, Grupo Pão de Açúcar, Infraero, Oi, Petrobras, Santander, Serpro, SESC.
Parceria e realização:
TV5, Ubifrance, Aliança Francesa, Culturesfrance, Republique Française,TV Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Cultura,Governo Federal do Brasil.
Informações para jornalistas:
Assessoria do Ano da França no Brasil: Entrelinhas Comunicação
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http://www.farolcomunitario.com.br
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