sexta-feira, 31 de julho de 2009

Manifestação pelo fim do monopólio dos Correios

Empresas privadas de entregas promovem na segunda-feira manifestação contra ampliação do monopólio dos Correios em frente ao Tribunal Regional Federal 

Os representantes das empresas privadas de entrega de pequenas encomendas reivindicam, na próxima segunda-feira, dia 3, às 9h, o fim da exclusividade dos Correios nos serviços de postagem de encomendas expressas. Para a categoria, o monopólio retrocede os serviços de entrega nacional de postagens e pode causar o desemprego de 1,5 milhão de trabalhadores. A manifestação ocorrerá na Avenida Paulista, em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal.

De acordo com o diretor do Setcesp (Sindicato dos Transportadores de Cargas de São Paulo e Região) e presidente da Flash Courier, Antônio Juliani, o segmento privado de entrega de correspondências e encomendas expressas reúne 15 mil empresas. Somente em São Paulo, cerca de 180 mil motoboys estão vinculados a esses negócios. "O interesse privado é separar as fronteiras. Ou seja, separar o que é 
carta do que é encomenda expressa", explica.

Um projeto de lei de autoria do deputado federal Regis de Oliveira (PSC-SP), o 3677/08, prevê que a regulamentação dos serviços de entrega feito por motoboys. "O projeto estabelece regras de segurança para esses profissionais. Além disso, a logística das entregas será mais eficiente. Cliente e consumidor serão atendidos com mais rapidez e segurança", avalia o deputado.

A manifestação acontece no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga a quebra do monopólio da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) na entrega de correspondências. "O julgamento em favor do monopólio pode ser um retrocesso capaz de tornar o Brasil um parque jurássico em termos de logística", reclama Antônio Juliani.

A ação foi proposta pela Abraet (Associação Brasileira das Empresas de Distribuição) e, desde o início do processo, 5 dos 11 ministros do Supremo votaram a favor da manutenção do monopólio. Um dos ministros votou pela quebra parcial do monopólio (apenas para entregas comerciais), outro pela liberalização do mercado e faltam ainda os votos de quatro membros do tribunal.

37 milhões de brasileiros não têm entrega domiciliar

Na prestação de serviço, enquanto os Correios faturam anualmente perto de R$ 11 bilhões (sendo cerca de 50% desse resultado proveniente da movimentação diária média de 30 milhões de correspondências), esse segmento movimenta 200 mil entregas por dias concentradas em talões de cheques e cartões bancários, compras feitas pela internet e documentos movimentados por escritórios de advocacia, contabilidade e pequenas empresas.

 "Os correios não conseguem ter uma abrangência nacional completa. Números oficiais apontam que mais de 37 milhões de brasileiros não contam com entrega domiciliar e mais de 30 milhões não tem acesso a um atendimento postal adequado", conta Juliani.

Vantagens da quebra do monopólio
- Entrega de cartas e contas em regiões não atingidas pelos Correios
- Serviço de entrega de encomendas 24 horas
- Serviço de Motofrete (motoboys) regulamentado com maior segurança
- Aumento da concorrência e preços mais competitivos ao consumidor
 
Carina Flosi
Entrelinhas Comunicação

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