A maioria dos consumidores pesquisados apresentam o hábito de comparar preços e pechinchar: planilhas e redução de gastos são os métodos de controle mais utilizados
Uma pesquisa inédita da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), envolvendo 800 entrevistas pessoais aplicadas em pontos de fluxo da capital, apontou que a pesquisa de preços faz parte do processo de compra do paulistano: 77,5% dos entrevistados da base afirmam realizar pesquisa de valores em várias lojas antes de comprar.
De acordo com a superintendente de Produtos e Serviços da ACSP, Roseli Garcia, entre as classes DE, essa porcentagem sobe para 81,6%. "Todas as famílias entrevistadas da baixa renda fazem pesquisa de preço. Nesse público, uma redução de 10% no valor de uma geladeira pode representar até 25% do seu salário", alerta a especialista.
Dentro do processo de pesquisa, tablóides e anúncios são as fontes mais recorrentes para obter e comparar informações, contando com a adesão de 73,4% dos entrevistados, porcentagem que sobe para 80,6% nas classes DE.
No que diz respeito a oportunidades de compras, as promoções reúnem os consumidores que compram por impulso e também aqueles que aproveitam as ofertas e oportunidades. "É interessante observar que 65,2% dos pesquisados afirmam que a maior parte dos produtos que compra são adquiridos em ofertas e promoções", aponta Roseli, ressaltando que a porcentagem é ainda maior nas Classes DE: 73,50% dos entrevistados.
Além das ofertas e promoções, outro elemento altamente recorrente em todas as classes socioeconômicas é o hábito de pechinchar. Segundo Roseli, é um comportamento presente até mesmo nas classes altas: "é interessante observar que, embora as classes C e DE liderem o hábito da pechincha, com 71,9% e 77,6% de adesão, dentre os consumidores AB, 66,3% costumam negociar descontos antes da compra", argumenta Roseli. No total, 70,4% dos entrevistados contam com o hábito de pedir descontos em suas aquisições. A executiva acrescenta que as lojas de rua são os alvos preferidos dos consumidores.
O planejamento financeiro é outro item presente no hábito de compra dos paulistanos: dentre os entrevistados, 77,7% afirmaram levar em consideração as dívidas atuais nas próximas compras, além de terem como principais meios de controle a montagem de planilha (39%) e redução de gastos (32,90%). "Observamos que históricos de endividamento favorecem a percepção de importância em planejar as finanças domésticas", comenta Roseli, afirmando também que os consumidores costumam utilizar cadernos e acompanhamento da fatura do cartão como formas de controle.
Embora boa parte dos paulistanos tenha o hábito de planejar o orçamento doméstico, a porcentagem de pessoas que não realizam nenhum controle é maior entre os mais endividados. "Nas pessoas com alto grau de endividamento, os consumidores que não realizam qualquer tipo de controle chega a 24%", alerta a especialista.
Brasileiros devem poupar segunda parcela do 13º salário
Segundo levantamento da ACSP, Se boa parte dos brasileiros pretendia usar a primeira parcela do décimo terceiro salário para fazer compras, o dinheiro da segunda parcela do benefício tem outro destino: 29,5% dos brasileiros pretendem poupá-la.
Apesar de prevalecer o desejo de poupar, a Associação identificou que 24,4% do total dos entrevistados pretendem comprar. A pesquisa também revelou que há quem se preocupe em quitar dívidas - ao todo, 22% dos entrevistados.
"Após os dias difíceis de 2009, o comportamento do consumidor brasileiro pode ter mudado um pouco, ou seja, o 13º vai ser usado para comprar o necessário e poupar o possível", afirmou o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti.
ACSP - Associação Comercial de São Paulo
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