sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Greenpeace repudia construção de usinas nucleares no Brasil

São Paulo, 15 de janeiro de 2010 – O Greenpeace repudia veementemente a posição do governo federal em dar continuidade a planos de construir usinas nucleares no Brasil.

Segundo reportagem publicada na edição de hoje do jornal "Folha de S.Paulo", a gana federal de gastar recursos públicos em obras babilônicas produziu mais um disparate e ameaça agora a saúde de um dos maiores ícones brasileiros, o Rio São Francisco. Não apenas uma, mas duas usinas seriam construídas em suas margens, com impactos na vida das populações que dependem deste rio-símbolo do Nordeste.

Segundo dados do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), com US$ 1 bilhão, é possível investir em eficiência energética de maneira a economizar 7.400 MW em potência instalada, três vezes mais do que supostamente poderiam gerar as duas usinas no Nordeste.

"A energia nuclear está longe de ser uma boa alternativa para diversificar a matriz energética brasileira. Não é segura, não é ambientalmente viável e não traz benefícios econômicos", diz André Amaral, coordenador da campanha de Nuclear do Greenpeace. "Os brasileiros e o planeta serão muito melhor contemplados se o governo fizer a escolha certa e investir recursos em eólica e solar."

O governo justifica a intenção de investir alguns bilhões de dólares nas duas usinas como forma de atrair investimentos e gerar empregos em uma região carente de ambos. Abrir espaço para a energia nuclear não significa de forma alguma levar desenvolvimento a uma região. Uma população já vulnerável só sofreria mais essa ameaça. Erroneamente é o que governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, postula ao fazer lobby para ter uma dessas usinas em seu Estado – a despeito de a lei estadual vetar esse tipo de investimento.

"Investir em energias renováveis como eólica e solar gera no mínimo doze vezes mais empregos em um prazo mais curto. Além disso, no preenchimento dessas vagas a população local é efetivamente contemplada, pois diferentes níveis de qualificação são necessários", afirma Amaral.

Cristina Amorim
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