A tuberculose é uma doença curável, cujo tratamento está disponível na rede pública, gratuitamente. Seus sintomas são bastante característicos e o diagnóstico geralmente simples e rápido. Ainda assim, o Brasil está hoje entre os 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo. Por aqui, cerca de 80 mil novos casos e quase 5 mil mortes em decorrência da doença são notificados anualmente.
De acordo com a dra. Luciene Franza Degering, presidente da Comissão de Tuberculose da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), somente em São Paulo, no ano de 2009, foram cerca de 18.200 casos notificados e, em 2008, aproximadamente 720 óbitos.
Os bacilos de Koch, causadores da doença, são transmitidos pelo ar, por meio de tosse, espirro ou pela fala que quem está doente, sem tratamento. No Brasil, geralmente os pacientes demoram a identificar os sintomas e procurar ajuda médica. Até que o tratamento seja iniciado, estima-se que esta pessoa já tenha transmitido a doença para 15 pessoas ao ano. Em casos em que o tratamento não é seguido corretamente, há a possibilidade de surgimento de cepas resistentes.
Para combater a doença no Brasil, a dra. Luciene afirma que o Programa Nacional de Controle da Tuberculose está atualizado e investindo e investindo em treinamento de profissionais da rede de saúde para o atendimento e busca de casos da doença. "No Brasil, sempre foi disponível gratuitamente um tratamento altamente eficaz, composto de quatro medicamentos combinados. Há também equipes de busca ativa por pacientes nas regiões com maior incidência, que inclui o que chamamos de incentivo para que o paciente aceite o tratamento supervisionado, como cesta básica e vale-transporte em troca de idas regulares do paciente às unidades de saúde para recebimento das doses de medicamento".
Padronizado, o tratamento tem a duração de seis meses, e não pode ser interrompido antes deste prazo, ainda que os sintomas tenham desaparecido. "Este é um dos maiores obstáculos para a erradicação da doença. Logo nos primeiros meses, o paciente se vê livre da tosse, cansaço excessivo, febre, sudorese, falta de apetite e emagrecimento, característicos da doença. Assim, sentindo-se curado, deixa de tomar os medicamentos e acaba desenvolvendo a doença muito mais grave e muitas vezes resistente aos medicamentos", alerta a especialista.
Paralelamente ao Programa, está sendo desenvolvida uma série de ações com participação ativa de pneumologistas, que colaboram para o suporte técnico e científico do programa. Outra ferramenta importante são as campanhas de combate à tuberculose, que devem ser intensificadas para que a população e também os profissionais de saúde estejam sempre alertas para os sintomas.
"A presença de tosse por mais de duas semanas é um sinal de que algo está errado. Neste caso, é importante que o paciente procure ajuda médica com urgência. O mesmo vale para a confirmação de diagnóstico de familiares e pessoas próximas", alerta.
Juliana Machado / Laura Storni | Acontece
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