Recém-empossada, dra. Jaquelina Ota é a nova presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia
Natural de Mogi das Cruzes, a dra. Jaquelina Sonoe Ota veio pequena para São Paulo. Filha de descendentes de japoneses, recebeu do pai, um economista que desembarcou no Brasil na década de 60 como técnico de beisebol, os princípios que norteiam a sua vida. Graduada pela Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, fez residência em medicina interna movida pelo sonho de conhecer tudo e oferecer um tratamento resolutivo e não fragmentado. Porém, passou a sentir a necessidade de se aprimorar em uma área específica, optando pela pneumologia.
Especialista pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Jaquelina é médica assistente da disciplina de pneumologia e coordenadora do Grupo de Circulação Pulmonar da Disciplina de Pneumologia da UNIFESP, além de pneumologista responsável pelo Serviço de Pneumologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Nesta entrevista, a pneumologista conta um pouco mais sobre sua trajetória, princípios e os planos para o mandato que se inicia. Confira.
Quais as principais áreas de atuação da senhora?
Doenças da circulação pulmonar como a hipertensão arterial pulmonar, uma doença rara, porém de alta mortalidade e morbidade. Felizmente, com os últimos avanços na área, temos observado uma alteração na evolução natural da doença com melhora da qualidade de vida e da sobrevida destes pacientes, que geralmente são jovens. Sem tratamento adequado, estes pacientes evoluiriam para a morte após três anos do início dos sintomas.
Fale de suas prioridades à frente da SPPT?
São vários os desafios. O principal é o fortalecimento da especialidade no Estado de São Paulo, estimular jovens pneumologistas e conscientizar a população sobre o tratamento e prevenção das doenças respiratórias.
Como a SPPT pode contribuir para as políticas de saúde da área da pneumologia e quais os principais pontos a ser defendidos?
Estabelecendo programas de educação continuada que proporcionarão a atualização constante dos pneumologistas do Estado de São Paulo com consequente melhora do atendimento da população. Também promoveremos e apoiaremos campanhas junto à população com o objetivo de conscientizá-la quanto aos principais sintomas respiratórios e também sobre as doenças respiratórias, prevenção e tratamento, inclusive ações junto aos órgãos governamentais do Estado de SP.
Há algum projeto específico relacionado ao tabagismo?
O tabagismo é responsável por várias doenças incapacitantes e que levam à morte, portanto deve ser combatido. Aliado à lei anti-fumo, já em vigor no nosso Estado, devemos oferecer tratamento aos que querem parar de fumar, entre outras ações. Aliás, programamos cursos para capacitação de pneumologistas no tratamento do tabagismo.
A SPPT também atuará junto das Secretarias de Saúde?
Uma parceria já instituída que será mantida é com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que é uma das pioneiras no estabelecimento de protocolos para o tratamento de algumas doenças respiratórias como a DPOC, a asma grave ou a hipertensão arterial pulmonar. Por meio desta parceria, pretendemos divulgar estes protocolos de tratamento e acompanhamento e estimular as secretarias de outros estados a seguirem este exemplo, pois estas medidas têm garantido acesso ao tratamento adequado aos pacientes proporcionando melhora na qualidade de vida.
Como a senhora vê a atuação do médico pneumologista no Estado de São Paulo?
Embora pouco valorizada, a atuação do médico pneumologista têm aumentado consideravelmente. A demanda desta prestação de serviços é alta seja na prevenção ou no tratamento das diversas doenças respiratórias, por sua área de atuação bastante extensa. Temos sob nossa alçada a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e a pneumonia, importantes causas de internação hospitalar não apenas em São Paulo, mas em todo o país. E não para aí. Aproximadamente 20% da população brasileira é portadora de asma, outra importante causa de internação hospitalar, diminuição da qualidade de vida e falta no trabalho e na escola. Sem falar no tabagismo, que acomete aproximadamente 18% da população acima de 15 anos de idade, e na tuberculose, outro problema ainda presente no nosso meio.
Há cerca de 3 anos a SPPT lançou uma campanha de valorização do médico pneumologista. A senhora ainda acha que este especialista é pouco conhecido da população em geral? O que fazer para melhorar?
A especialidade ainda é pouco conhecida, sendo este, um fator adicional para o retardo na procura de um especialista para resolução das doenças respiratórias. Intensificar as campanhas junto à população de conscientização sobre os principais sintomas associados às doenças respiratórias.
Qual a avaliação da senhora sobre a importância da revalidação do título de especialista e dos cursos de educação médica continuada? Atualmente o crescimento do conhecimento médico é exponencial. É impossível adquiri-lo durante a nossa formação durante o curso de graduação e mesmo durante a especialização. Desta forma acredito que a revalidação do título de especialista é uma importante ferramenta para estimular a atualização do pneumologista.
Como a SPPT incentivará a atualização profissional de seus associados?
A educação médica continuada é mandatória e acredito que este é um dos principais papéis da SPPT. No nosso Estado temos o privilégio de contar com centros de excelência no tratamento das doenças respiratórias, contamos com renomados pesquisadores na área respiratória, cabendo à SPPT criar um elo entre estes centros de excelência, pesquisadores e os pneumologistas do Estado de SP. Realizaremos eventos científicos na capital, mas também em diferentes cidades do interior, para que os temas de maior relevância, bem como os pneumologistas mais capacitados na área estejam ao alcance de todos.
Além da medicina, como preenche os momentos de folga?
Gosto muito de praticar esportes, como correr e jogar tênis. Trabalhos manuais também me distraem e aguçam a minha criatividade. Cozinhar e reunir amigos e familiares é outro prazer.
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