Mais de 80% dos brasileiros com osteoporose sofrem com o problema sem saber que tem a doença
De acordo com o estudo Brazos, cerca de 85% dos homens, e 70% das mulheres sofrem com as fraturas, mas desconhecem a doença. Nutrição deficiente do brasileiro em cálcio e vitamina D é responsável pelo problema
Novos dados sobre a osteoporose no Brasil e outras questões que envolvem o problema, como a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e os tratamentos atuais que promovem uma melhor qualidade de vida, serão temas abordados durante o 28º Congresso Brasileiro de Reumatologia, que ocorre em Porto Alegre, de 18 a 22 de setembro.
O evento terá uma série de novidades e reunirá cerca de dois mil pesquisadores brasileiros e estrangeiros para debater a importância do diagnóstico, a adoção de tratamentos adequados e o papel da reumatologia na atualidade. De acordo com o Dr. Marcelo Pinheiro, reumatologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os dados atuais da osteoporose são muito significativos e representam um problema de saúde pública. "Por volta de 85% dos homens e 70% das mulheres sofrem com as fraturas, mas desconhecem a osteoporose. Hoje, sabemos que o problema que acomete só no Brasil cerca de 10 milhões de pessoas", diz o médico, pesquisador do Brazos (Brazilian Osteoporosis Study), um amplo estudo da osteoporose no país que será apresentado no evento.
Nutrição e reumatologistas
Outro aspecto apontado pelo pesquisador e que é um alerta importante envolvendo osteoporose está relacionado à nutrição do brasileiro. "No Brasil, há uma carência da ingestão de cálcio e vitamina D em todas as regiões, independentemente do sexo, idade, classe social. Ingerimos, em média, cerca de três vezes menos a recomendação internacional para o cálcio e cinco vezes menos a vitamina D - dois micronutrientes essenciais para garantir a saúde óssea na infância, adolescência, até a fase mais avançada do envelhecimento", diz Pinheiro.
Com os tratamentos atuais, estima-se que seja possível elevar a qualidade de vida bem como prevenir até 75% das fraturas vertebrais e 40 a 50% das fraturas não vertebrais, incluindo o fêmur, que tem maior taxa de mortalidade (25 a 30%). Por conta disso, cada vez mais a osteoporose tem chamado a atenção dos médicos e é muito importante um diagnóstico correto para abordar a doença. "Devemos nos preocupar em preservar a qualidade de vida, tratando o problema, buscando novos tratamentos e sobretudo o diagnóstico precoce. Diante da osteoporose, o papel do reumatologista é fundamental e isso queremos destacar nesse evento", diz Fernando Neubarth, presidente do congresso.
Site oficial do evento: www.reumato2010.com.br
Vinicius Volpi | Tino
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