segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brasil avança no combate ao tabagismo

Proporção de fumantes cai de 16,2% para 15,5% em quatro anos. Ministério da Saúde defende aprovação de lei que proíbe fumo em ambientes coletivos

À frente de uma histórica batalha contra o cigarro, o Ministério da Saúde comemora mais uma vitória em prol da saúde dos brasileiros. De 2006 a 2009, o percentual de fumantes na população caiu de 16,2% para 15,5%. O índice é bem menor que na Argentina e nos Estados Unidos, onde respectivamente 35% e 40% da população são dependentes da nicotina. Os dados de tabagismo no Brasil fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54 mil adultos.

De acordo com o levantamento, 19% dos homens e 12,5% das mulheres fumam. A maior queda no uso do cigarro no País ocorreu na faixa etária dos 35 aos 44 anos. Em 2006, 19% da população nessa idade era dependente do tabaco. Em 2009, a proporção de fumantes era de 15,1%.

O uso dessa substância no Brasil vem caindo há mais de duas décadas. Em 1989, 33% da população fumava, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada pelo IBGE. "O Brasil é um dos países com maior êxito na campanha de combate ao tabagismo. Foi uma queda muito expressiva no número de fumantes em um tempo muito curto", enfatiza a coordenadora a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

Essa redução pode ser explicada por uma série de ações lideradas pelo MS para reduzir a atratividade do cigarro. Entre as medidas, estão: a proibição de publicidade do tabaco; o aumento de impostos sobre o produto; e a inclusão de advertências mais explícitas sobre os efeitos danosos do fumo nos maços.

O Ministério da Saúde também defende o projeto de lei que proíbe fumar em ambientes coletivos e acaba com os fumódromos. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em março deste ano, e está agora na Comissão de Assuntos Sociais da Casa em caráter terminativo. "Precisamos de ambientes livres do tabaco para preservar o bem-estar das pessoas. Por isso, o Ministério apoia esse projeto e todas as iniciativas estaduais de restringir o fumo em recintos públicos", afirma Deborah Malta.

FUMO PASSIVO – Pela primeira vez, a Vigitel aferiu a frequência de fumantes passivos na população. O levantamento aponta que 13,3% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que costuma fumar dentro de casa. Além disso, 12,8% das pessoas que não fumam convivem com ao menos um colega que fuma no local de trabalho.

O fumo passivo é mais comum na residência dos 18 aos 24 anos (19%). Já no ambiente de trabalho, a situação é verificada principalmente na faixa etária dos 25 aos 34 anos (15,8%) e dos 35-44 (15,7%).

O Instituto Nacional do Câncer informa que pelo menos 2,6 mil não-fumantes morrem no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Pessoas que não fumam, mas enfrentam essas condições, têm 30% de chances a mais de desenvolver câncer de pulmão e 24% a mais de sofrer infarto e doenças cardiovasculares.

SOBRE A VIGITEL

A pesquisa é realizada anualmente desde 2006 pelo Ministério da Saúde. Os dados são coletados e analisados por meio de uma parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP).

 Proporção de fumantes (%)
Tabela das capitais – Vigitel 2009
 
Aracaju
8,0
Belém
11,9
Belo Horizonte
15,4
Boa Vista
16,0
Campo Grande
16,0
Cuiabá
11,2
Curitiba
19,3
Florianópolis
20,2
Fortaleza
16,0
Goiânia
14,4
João Pessoa
11,9
Macapá
17,8
Maceió
13,1
Manaus
12,1
Natal
13,1
Palmas
13,1
Porto Alegre
22,5
Porto Velho
18,4
Recife
13,2
Rio Branco
16,0
Rio de Janeiro
13,5
Salvador
11,3
São Luís
11,5
São Paulo
18,8
Teresina
15,5
Vitória
13,9
Distrito Federal
16,5
 
 
Diego Iraheta | Agência Saúde

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