Até o final de maio deve ser divulgado relatório parcial do Estudo da Cadeia Produtiva do Babaçu no Território da Cidadania de Cocais (PI). Desde que foi iniciado o levantamento, no mês de março, mais de 16 mil quebradeiras de coco foram cadastradas, o que supera a previsão inicial de 15 mil mulheres na atividade nos cocais. Para concluir o cadastramento no território, falta ainda terminar o levantamento no município de Barras, um dos maiores concentradores de quebradeiras no Piauí.
O estudo é organizado pelo Programa de Desenvolvimento Territorial Integrado e Sustentável (PDTIS), desenvolvido em parceria pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/PI), Centro de Educação Popular Esperantinense (Cepes), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Fundação Banco do Brasil e Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ).
Grupo de Trabalho
Reunidas desde quinta-feira, 6, várias entidades concluem, nesta sexta-feira, 7, uma minuta para constituição do Grupo de Trabalho do Babaçu. O Grupo trabalhará a promoção da cadeia produtiva do coco babaçu como instrumento de sustentabilidade social, ambiental e econômica dos extrativistas do Território da Cidadania dos Cocais e, em breve, do Território da Cidadania de Entre Rios, com a proposta de se cadastrar quebradeiras nos municípios de Miguel Alves, União, Cabeceiras e São Gonçalo. O objetivo é promover e valorizar os produtos do babaçu, através de ações que permitam melhorar a sua produção e comercialização, abrir novos mercados e impactar no aumento da renda das mulheres quebradeiras de coco.
O projeto faz parte do Plano Nacional de Promoção das Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade, trabalhado em parceria com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Além do Incra, participam da reunião representantes da Agência de Cooperação Alemã GTZ, MDA, MMA, Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Piauí (Emater), MIQCB, CEPES, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Norte), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de José de Freitas e Secretaria de Agricultura de São Gonçalo, Conab e Associação das Escolas Família Agrícola do Piauí (Aefapi).
Articular e monitorar
Segundo o consultor do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade do MDA, João Morita, tais grupos de trabalho estão sendo criados em todos os estados prioritários da cadeia produtiva do babaçu – Piauí, Maranhão, Ceará e Tocantins. O grupo de trabalho vai ter a função de articular as entidades atuantes na ação estadual, além de minimizar os gastos e potencializar os recursos para a melhoria da cadeia do coco babaçu. "Atualmente o Plano Nacional trabalha com duas cadeias, a do coco babaçu e da castanha do Brasil, abrangendo ao todo dez estados. A nossa intenção é aumentar ainda mais o número de cadeias", explica Morita.
Para a chefe do Serviço de Desenvolvimento de Assentamentos do Incra/PI, Cláudia César, o principal papel da autarquia nesse processo é o de fazer a articulação entre as famílias assentadas para participar das ações do plano estadual, além de fortalecer os trabalhos já desenvolvidos na promoção da cadeia produtiva do coco babaçu no Território da Cidadania dos Cocais.
O Grupo de Trabalho do Babaçu terá como atribuições acompanhar, monitorar e avaliar a implementação da Cadeia Produtiva; apoiar o processo de organização social e produtiva das quebradeiras de coco; definir municípios e ações prioritárias e apoiar a promoção de estudos e pesquisas voltados à Cadeia Produtiva do Babaçu.
Para o consultor do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Manoel Timbó, o projeto deverá fortalecer os arranjos produtivos locais, buscando alternativas para fomentar o desenvolvimento de produtos como o coco babaçu.
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