segunda-feira, 7 de março de 2016

Parque da Juventude recebe escultura que homenageia liberdade

A2img / Daniel Guimarães
O Parque da Juventude, localizado na zona norte da capital paulista, recebeu neste domingo (6), a escultura "Um Sonho de Liberdade", concebida originalmente pelo artista italiano Domenico Calabrone, reconhecido por fundir formas orgânicas e mecânicas. O governador Geraldo Alckmin participou da cerimônia de inauguração.

Representando a trajetória das pessoas que lutaram pela liberdade, "Um sonho de liberdade" mostra um homem segurando uma pomba. A escultura foi doada pela família do artista à Fundação Mario Covas, que encomendou a réplica ampliada com recursos captados pela lei Rouanet. A versão instalada no Parque da Juventude é feita em bronze e possui 6 metros de altura.

O local foi escolhido para abrigar a obra por ser símbolo da transformação (até 2002 sediava a Casa de Detenção de São Paulo e hoje, além do parque, sedia a Escola Técnica de São Paulo e a Biblioteca de São Paulo).

Imprensa | Governo SP

Operação fiscaliza ovos de chocolate com brinquedos

Operação Especial Páscoa será feita em pontos de venda 
de ovos de chocolate que contenham brinquedos - (José Cruz/Agência Brasil)

Agência Brasil | O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, inicia hoje (7) a Operação Especial Páscoa, que fiscalizará pontos de venda de ovos de chocolate que contenham brinquedos. 

O Inmetro verificará se os brinquedos oferecidos como brinde têm o selo de identificação de conformidade, que atesta que o produto foi certificado. A ação ocorrerá em todos os estados.

A operação vai até sexta-feira (11). Segundo o instituto, o objetivo é coibir a venda de itens irregulares. O consumidor também pode fazer a verificação ao comprar. Segundo o Inmetro, os chocolates com brinquedo certificados devem trazer a seguinte frase na embalagem: “Atenção: contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade”.

Os estabelecimentos em que forem encontradas irregularidades terão até dez dias para se defender. Depois, estarão sujeitos às penalidades previstas em lei, com possibilidade de multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão. Os consumidores que quiserem apresentar denúncias podem ligar para 0800 285 1818, ou enviar mensagem para o e-mail ouvidoria@inmetro.gov.br.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Festival das Lanternas em São Paulo

Crédito da imagem: Attribution, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10891097
Participe do Festival das Lanternas 20/02/2016 a partir das 18h

No dia 20 de fevereiro de 2016 (sábado), das 18h às 22h, o Instituto Confúcio na Unesp e a Associação Chinesa de São Paulo realizam o Festival das Lanternas, na Praça Roosevelt, em São Paulo.

Durantes as celebrações de 15 dias do Ano Novo Chinês, comemorado em vários países do mundo, acontecem muitas atividades culturais, dentre elas o festival celebrado na noite do 15º dia. 

A festa é considerada o auge das festividades do Ano Novo Chinês e também marca o final das comemorações, que este ano tiveram início no dia 8 e vão até o dia 22 de fevereiro.

Como o nome indica, as lanternas são o ponto principal deste festival. A praça ficará totalmente iluminada por lindas lanternas coloridas, que proporcionarão um espetáculo de luzes.

Durante o tradicional festival haverá outras atrações. Veja a programação abaixo:

Apresentações musicais

Artesanato chinês: recorte de papel e nós

Aulas demonstrativas de língua chinesa

Food truck de comidas típicas

Caligrafia chinesa

Dança do Leão

Desfile de Qipao

Danças típicas da China

Jogos de quebra-cabeças

Brincadeiras concorrendo a prêmios

Praça Roosevelt

Construída na década de 60, entre as ruas Consolação e Augusta, a Praça Franklin Roosevelt, homenagem do prefeito à época, José Vicente Faria Lima, ao presidente americano, é uma das principais áreas de lazer no centro de São Paulo nos dias de hoje.

Após uma reforma, a praça reabriu ao público em outubro de 2012 com seu espaço totalmente reestruturado e revitalizado.

Com 200 árvores, o local ganhou novos ambientes cobertos por flores de cores variadas com pisos ecológicos e iluminação especial.

Foram construídas também duas guaritas de segurança, uma da Polícia Militar e outra da Guarda Civil, o que permite passeios tranquilos em qualquer horário.


Festival das Lanternas
Dia:20 de fevereiro (sábado)
Horário:das 18h às 22h
Local:Praça Franklin Roosevelt, próximo às estações República e Anhangabaú do metrô 

via Instituto Confúcio na Unesp

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

FGV cria 14 cursos de curta duração em São Paulo

O programa CADEMP irá oferecer cursos nas áreas de: Contabilidade e Finanças; Logística e Cadeia de Suprimentos; Marketing e Vendas; Operações e Recursos Humanos 

A Fundação Getulio Vargas abre 14 novos cursos de curta duração em São Paulo pelo programa CADEMP. O objetivo é treinar profissionais para uma habilidade específica com docentes de grande vivência empresarial e acadêmica. 

Os cursos tem a duração de 16h/aula, 24 h/aula ou 32 h/aula. Não é preciso ter Ensino Superior e não há taxa de inscrição e prova para o processo seletivo. As aulas acontecem na unidade Paulista no período diurno. 

Entre os cursos: Crédito e Cobrança; Matemática Financeira com a HP 12C; Planejamento Financeiro Pessoal; Técnicas para Cobrança de Dívidas; Gestão de Estoques; Técnicas de Compras; Como Gerenciar Pequenos e Médios Negócios; Marketing nas Mídias Sociais; Planejamento de Negócios Online e Lojas Virtuais; Técnicas de Vendas; Técnicas Para Melhoria de Processos; Excelência no Atendimento ao Cliente; Negociação; Recrutamento e Seleção por Competências. 

Os cursos do CADEMP começaram no Rio de Janeiro há 40 anos e já formaram mais de 180 mil alunos. Informações no 0800 772 2778 ou fgv.br/cademp-sp

Luana Magalhães | Insight Comunicação

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A busca de uma denominação de origem da cachaça

A aguardente e a cachaça são bebidas alcoólicas brasileiras por excelência. A diferença entre elas está em seu método de produção. 

A aguardente é produzida industrialmente em grandes quantidades com destilação em coluna (com teor alcoólico de até 54 graus). Já a cachaça é artesanal, destilada em alambiques e, por definição, de maior qualidade (com teor de até 42 graus).

Garantias de procedência e de qualidade permitirá classificar a produção nacional das 5 a 7 mil marcas comercializadas e alavancar as exportações (foto: Wikimedia Commons)

No exterior a cachaça brasileira foi e ainda é muitas vezes confundida com o rum caribenho – as duas bebidas são produzidas a partir da cana de açúcar. Daí decorre que a cachaça brasileira não possui nem de perto a “aura” que os runs cubano ou jamaicano desfrutam no mercado internacional. Esse problema tem algumas explicações. A principal delas é a falta de controle de qualidade e de origem das 5 mil a 7 mil marcas comercializadas no Brasil.

Desde os anos 1990, diversos grupos de pesquisa tentam desenvolver marcadores químicos que possam tanto tipificar a cachaça nacional quanto traçar a sua origem geográfica, a região e o estado onde é produzida. A necessidade de garantias de procedência e de qualidade é defendida pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), que tem interesse em utilizá-las para classificar a produção nacional e alavancar as exportações. De acordo com o Ibrac, o Brasil produz 700 milhões de litros de cachaça por ano, com movimentação de R$ 1,4 bilhão. O total exportado é de apenas 10 milhões de litros, equivalentes a US$ 17 milhões.

Uma vez disponíveis tais marcadores químicos, será possível outorgar aos produtores de cachaça artesanal um Certificado de Origem, a exemplo do que ocorre com o vinho europeu, chileno e argentino. Avanços importantes nessa direção têm sido alcançados pelos pesquisadores do Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da FAPESP.

A equipe do IQSC já desenvolveu marcadores químicos para verificar várias propriedades da cachaça, como publicado no Journal of Food Science.

As conquistas mais recentes são a detecção da origem do fermento usado na composição da cachaça, conforme artigo publicado noJournal of Food Composition and Analysis, e a primeira tentativa bem-sucedida de detecção de origem geográfica da cachaça, com procedência nos estados de São Paulo e Minas Gerais ou na região Nordeste, trabalho que acaba de ser publicado no Journal of Food Science.

300 compostos químicos

Como no Brasil não existe um padrão para a fabricação de destilado de cana-de-açúcar, diversos processos regionais e até mesmo locais são usados, gerando destilados com diferentes perfis sensoriais e químicos, diz Douglas Wagner Franco, do IQSC. “A cachaça possui mais de 300 compostos químicos. A distinção que estabelecemos é baseada na análise quantitativa desses compostos químicos e como variam as proporções dessas concentrações nas diferentes amostras.”

Até o presente, os estudos sobre a química da cachaça permitiram estabelecer a diferenciação química entre o rum (produzido a partir do melaço da cana) e a aguardente e a cachaça (feitas a partir do caldo de cana); reconhecer se o destilado foi preparado com cana-de-açúcar queimada ou não; identificar que tipo de levedura (comercial ou natural) foi usado na preparação do mosto; distinguir entre o produto de alambique e os produtos de coluna; identificar os métodos de “corte” usados durante a destilação em alambiques; observar a adição de caramelo e a sua concentração; e, por fim, verificar que tipo de madeira foi usado para o envelhecimento do destilado. “Os resultados nos levaram a um conhecimento maior da química dos destilados e chegamos a assessorar o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na elaboração das normas atuais”, diz Franco.

O estudo recém-publicado sobre a origem geográfica do destilado foi baseado no estudo químico de 50 cachaças produzidas usando métodos similares em regiões selecionadas: São Paulo (15), Minas Gerais (11), Rio de Janeiro (11), Paraíba (9) e Ceará (4). A análise identificou cinco grupos de compostos cujas similaridades químicas foram observadas entre as cachaças de Minas e São Paulo, e entre as do Rio e da Paraíba. Os destilados do Ceará mostraram uma assinatura química distinta.

As maiores concentrações de chumbo foram detectadas nas cachaças mineiras e paulistas (23 e 19 microgramas por litro, respectivamente, concentrações muito inferiores ao limite permitido pela legislação brasileira, que é de 200 microgramas por litro). As maiores concentrações de cobre foram detectadas nos destilados paraibanos e cearenses (5,2 e 7,3 miligramas por litro, respectivamente), enquanto que as amostras do Ceará foram as com as maiores concentrações de ferro (0,9 miligrama por litro).

Com relação à composição orgânica, as amostras do Rio e da Paraíba apresentaram as maiores concentrações de acetona, acetaldeído e hidroximetilfurfural. As amostras cearenses apresentaram as maiores concentrações de carbamato de etila, ácido acético, lactato de etila e álcool isoamílico.

Quando investigadas separadamente pelo método de Análise de Componentes Principais, as cachaças de Minas, São Paulo, Rio e Paraíba puderam ser distintas umas das outras. Entre a metodologia de classificação empregada, o método KNN conseguiu prever com sucesso a origem geográfica de 86% das amostras de cachaça.

Prova de conceito

“É um bom começo”, admite Franco. Até o momento, segundo ele, os resultados do trabalho podem ser considerados como uma prova de conceito. Os perfis químicos das amostras refletem a produção de cachaça de uma estação do ano específica, saliente Franco. Os resultados obtidos não podem ser extrapolados para todos os anos de produção, devido às variações de clima e do regime de chuvas de um ano para o outro.

O aumento no número de amostras e das regiões produtoras, assim como a inclusão de amostras de anos diferentes, poderão permitir a identificação de novos marcadores químicos e melhorar a robustez e a representatividade deste modelo de análise da origem geográfica da cachaça, afirma o pesquisador.

A ampliação da pesquisa é importante, mesmo porque a cachaça é produzida em todo o país, e não apenas nos cinco estados analisados. O objetivo final é conseguir certificar a origem da cachaça produzida em todas as regiões do Brasil. “A denominação de origem é uma coisa importante”, diz Franco.

O artigo de Franco e outros, Chemical data as markers of the geographical origins of sugarcane spirits, publicado no Food Chemistry, pode ser lido em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0308814615013837.

O artigo Chemical Typification of the Sugarcane Spirits Produced in São Paulo State, de Franco e outros, publicado no Journal of Food Science, pode ser lido em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1750-3841.13013/abstract.

E o artigo Chemical traceability of industrial and natural yeasts used in the production of Brazilian sugarcane spirits, publicado noJournal of Food Composition and Analysis, também assinado por Franco e outros, está acessível no endereçohttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0889157514001781.

Telescópio brasileiro para observação do Sol

A Nasa, agência espacial norte-americana, lançou com êxito, no dia 18 de janeiro, um balão estratosférico que transporta dois equipamentos científicos voltados a estudar o Sol. O lançamento foi feito em McMurdo, base dos Estados Unidos na Antártica. 

Instrumento científico transportado por balão estratosférico realiza voo de circum-navegação na Antártica com o objetivo de captar a energia que emana das explosões solares em frequências inéditas (ilustração: Nasa)

Um dos equipamentos é o Solar-T: um telescópio fotométrico duplo, projetado e construído no Brasil por pesquisadores do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em colaboração com colegas do Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O outro equipamento é o experimento de raios X e gama GRIPS (sigla em inglês de Gamma-ray Imager / Polarimeter for Solar Flares), da University of California em Berkeley, nos Estados Unidos, no qual o Solar-T foi acoplado.

Desenvolvido com apoio da FAPESP, por meio de um Projeto Temático e de um Auxílio à Pesquisa-Regular, o Solar-T é o primeiro instrumento científico do gênero construído no país, após 15 anos de pesquisa e desenvolvimento.

Além da FAPESP, o projeto contou com recursos do Fundo Mackenzie de Pesquisa (MackPesquisa), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Nasa, do AFOSR (sigla em inglês de Air Force Office of Scientific Research), dos Estados Unidos, e do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), da Argentina.

“O desenvolvimento do Solar-T representa uma oportunidade de qualificação brasileira em tecnologia espacial avançada que pode dar origem a novos projetos em satélites, por exemplo, e contribuições para a Estação Espacial Internacional”, disse Pierre Kaufmann, pesquisador do CRAAM e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

“Estamos desenvolvendo um projeto em colaboração com o Instituto Lebedev de Moscou para instalar telescópios de detecção de frequências em terahertz na Estação Espacial Internacional, e o sucesso da missão do Solar-T é uma condição necessária para qualificarmos a tecnologia que desenvolvemos”, afirmou.

O balão estratosférico transportando o Solar-T e o GRIPS – que juntos pesam mais de 3 toneladas – está voando a uma altitude de 40 mil metros e circum-navegará a Antártica por um período entre 20 e 30 dias.

Enquanto sobrevoar o continente gelado, o Solar-T deverá captar a energia que emana das explosões solares em duas frequências inéditas, de 3 e 7 terahertz (THz), que correspondem a uma fração da radiação infravermelha distante.

Situada no espectro eletromagnético entre a luz visível e as ondas de rádio, essa faixa de radiação permite observar mais facilmente a ocorrência de explosões associadas aos campos magnéticos das regiões ativas do Sol, que muitas vezes lançam em direção à Terra jatos de partículas de carga negativa (elétrons) aceleradas a grandes velocidades.

Nas proximidades do planeta, essas partículas atrapalham o funcionamento de satélites de telecomunicações e de GPS e produzem as auroras austrais e boreais.

A radiação das explosões nessa faixa do infravermelho distante também torna possível uma nova abordagem para investigar fenômenos que produzem energia em regiões ativas que ficam entre a superfície do Sol, a fotosfera, onde a temperatura não passa dos 5,7 mil graus, e as camadas superiores e mais quentes: a cromosfera, onde as temperaturas alcançam 20 mil graus, e a coroa, que está a mais de 1 milhão de graus (leia mais).

“Essas frequências de 3 e 7 terahertz são impossíveis de serem medidas a partir do nível do solo porque são bloqueadas pela atmosfera. É necessário ir para o espaço para medi-las”, disse Kaufmann.

Para fazer as medições, o Solar-T conta com um aparato composto por dois fotômetros (medidores de intensidade de fótons), coletores e filtros para bloquear radiações de frequências indesejáveis (infravermelho próximo e luz visível), que poderiam mascarar o fenômeno, e selecionar as frequências de 3 e 7 terahertz (leia mais).

Os dados coletados pelo telescópio fotométrico são armazenados em dois computadores a bordo do equipamento e transmitidos compactados à Terra, por meio de um sistema de telemetria, valendo-se da rede de satélites Iridium. Os dados transmitidos à Terra são gravados em dois computadores no CRAMM.

“A transmissão dos dados obtidos pelo Solar-T para a Terra garante a obtenção das informações coletadas caso não seja possível recuperar os computadores a bordo do equipamento, porque as chances são muito baixas”, afirmou Kaufmann. “A Antártica é maior do que o Brasil, tem pouquíssimos lugares de acesso e não há como controlar o lugar onde o balão deve cair.”

De acordo com o pesquisador, os dois fotômetros THz, os computadores de dados e o sistema de telemetria do Solar-T estão funcionando normalmente, alimentados por duas baterias carregadas com energia capturada por painéis solares.

Logo após o rastreador de explosões solares ter sido acionado, no dia seguinte ao do lançamento do balão estratosférico, o equipamento já começou a enviar dados para a Terra.

Os dados terão que ter precisão de apontamento e rastreio do Sol de mais ou menos meio grau. Esse nível de precisão deverá ser assegurado por um sistema automático de apontamento e rastreio do GRIPS, com o qual o Solar-T está alinhado.

“Por enquanto, ainda não houve nenhuma grande explosão solar captada pelo Solar-T. Mas, caso ocorra, o equipamento poderá detectá-la e enviar os dados para analisarmos”, disse Kaufmann.

Série de tentativas

O balão estratosférico foi lançado com sucesso pela equipe da Nasa após sete tentativas frustradas, iniciadas em dezembro de 2015.

As tentativas anteriores falharam porque na hora do lançamento mudaram as condições de vento no solo, na atmosfera superior e na estratosfera (a 50 quilômetros do solo).

A combinação das condições meteorológicas de solo e a média e alta altitude é crítica e muito difícil de ser determinada pelos sistemas de previsão de tempo, explicou Kaufmann.

“Como a operação de lançamento é muito cara, envolve dezenas de pessoas, veículos e, eventualmente, até aviões, a margem de risco tem que ser mínima”, disse.

“Não tivemos que pagar nada pela missão porque fomos convidados pelo grupo de pesquisadores do experimento GRIPS a participar do projeto após apresentarmos o Solar-T em uma conferência internacional. Estávamos à procura de um lançador para o telescópio e tínhamos até um projeto de ter um lançador próprio.”

Segundo o pesquisador, o custo da realização de experimentos espaciais, como o Solar-T, com balões estratosféricos é muito menor em comparação ao uso de satélites.

Algumas das razões pelas quais o balão estratosférico foi lançado agora é porque a circulação estratosférica de vento – o chamado vórtex – em volta do Polo Sul é favorável nessa época do ano. Além disso, o Sol também nunca se põe no Polo Sul nesse período do ano.

Dessa forma, é possível coletar ininterruptamente a luz emitida pelo Sol. “Mesmo agora, em que o Sol está em uma fase de queda de ciclo, a chance de detectar uma explosão razoável, observando por 24 horas diariamente e em um período entre 20 e 30 dias em que o Solar-T ficará na estratosfera, é muito boa”, avaliou Kaufmann.

Na avaliação do pesquisador, se o lançamento do Solar-T não fosse feito agora dificilmente seria possível realizá-lo no ano que vem, quando o ciclo de explosões solares deve cair ainda mais.

“Já estávamos nos aproximando da chamada ‘janela do verão’ [quando o Sol se põe no Polo Sul]. Seria muito difícil convencer a Nasa a investir em uma nova missão”, estimou.

A navegação do balão estratosférico transportando experimento GRIPS com Solar-T – denominado de voo NASA 668N – pode ser acompanhada pelo site www.csbf.nasa.gov/map/balloon8/flight668N.htm .

Elton Alisson | Agência FAPESP

domingo, 29 de novembro de 2015

Grupo Galpão apresenta "Os gigantes da montanha" em Brasília

Patrocinada pela Petrobras, companhia de teatro se apresenta de sexta e domingo em Brasília com o espetáculo “Os gigantes da montanha”, de 27 de novembro a 6 de dezembro, no Teatro da Caixa. 

Agência Petrobras/Guto Muniz

A fábula trágica da companhia mineira Grupo Galpão é dirigida por Gabriel Villela e é parte da turnê que já fez 97 apresentações em 56 cidades brasileiras desde 2013, quando estreou a peça. 

O grupo completará a centésima exibição na capital federal, com espetáculos às sextas e aos sábados às 20h e aos domingos às 19h, a preços populares de R$ 20 e R$ 10 (meia).

Com 33 anos de história, 15 dos quais com o patrocínio da Petrobras, o grupo conta no espetáculo a história de uma companhia teatral decadente que acaba de chegar a uma vila isolada do mundo e cheia de encantos. 

A montagem “Os gigantes da montanha" já recebeu vários prêmios: “Melhores do ano 2013 - Categoria Melhor Estreia Teatral de 2013", segundo o Guia da Folha de São Paulo; “Prêmio Questão de Crítica 2013 - Direção Musical e Trilha Sonora Original"; e "Prêmio Copasa Sinparc de Artes Cênicas 2014 - Maior Público e Melhor Figurino".

Programa Petrobras Cultural

O Petrobras Cultural aborda a cultura brasileira nas mais diversas manifestações, abrangendo a criação, produção, difusão, preservação e assimilação. Focado na afirmação da identidade brasileira, o programa busca contribuir para a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição dos bens culturais e para a permanente construção da memória cultural.

Espetáculo “Os Gigantes da Montanha”
Na CAIXA Cultural Brasília (Teatro da Caixa) - SBS Quadra 4 Lotes 3/4 
Ingressos à venda na bilheteria, a partir de 21/11: R$20 e R$10 (meia).

via Agência Petrobras

Cia de Teatro Nu Escuro estreia espetáculo "Pitoresca" em Goiânia

Patrocinado pela Petrobras, grupo encena história da formação do estado goiano

Para comemorar os 20 anos de estrada, a Cia de Teatro Nu Escuro estreia em Goiânia o novo espetáculo “Pitoresca”, com patrocínio da Petrobras. 

Agência Petrobras/Layza Vasconcelos 

O grupo realizará apresentações a preços populares no Teatro Sesc Centro, de terça-feira (1) a quinta-feira (3) e gratuitamente no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG) nos dias 5 e 15; no espaço Sonhus nos dias 8 e 9 e no Teatro IFG (Instituto Federal de Goiás) no dia 10 de dezembro. 

Após a temporada na capital goiana, a companhia deve realizar pelo menos 40 apresentações pelo país em 2016.

Com direção de Hélio Fróes, a peça “Pitoresca” sela uma trilogia chamada “Goyaz”, que foi criada com o objetivo de olhar de forma crítica e poética para a formação do berço da companhia, que é o estado de Goiás. Completam a série os espetáculos “Plural (2012) e Gato Negro (2013), que já passaram pelos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rondônia e Rio Grande do Sul.

Programa Petrobras Cultural

O Petrobras Cultural aborda a cultura brasileira nas mais diversas manifestações, abrangendo a criação, produção, difusão, preservação e assimilação. Focado na afirmação da identidade brasileira, o programa busca contribuir para a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição dos bens culturais e para a permanente construção da memória cultural.

Espetáculo “Pitoresca”, Cia Nu Escuro

1 a 3 de dezembro
Horário: 20h
Local: Teatro SESC Centro (Rua 15, esquina com a rua 19, Centro)
Ingressos: R$ 10 (Inteira) e R$ 5 (Meia)

5 e 15 de dezembro
Local: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, nº 1533, Setor Universitário)
Horário: 20h
Entrada Franca

8 e 9 de dezembro
Local: Espaço Sonhus (Rua 18, nº 1, Centro)
Horário: 20h
Entrada Franca

10 de dezembro
Local: Teatro IFG (Rua 75, nº 46, Centro)
Horário: 20h
Entrada Franca

via Agência Petrobras

sábado, 24 de outubro de 2015

Cidadão contribui para Lei da Biodiversidade

Audiência pública recebe subsídios ao processo de regulamentação. Ainda há tempo de participar.

De olho no futuro: população formula regula | Paulo de Araújo/MMA

Representantes dos setores da sociedade civil podem continuar enviando contribuições ao processo de regulamentação da nova Lei de Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade, a Lei nº 13.123/2015. 

Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Casa Civil organizaram, na tarde desta quinta-feira (22/10), em Brasília, audiência pública com o objetivo de receber sugestões e ouvir as opiniões dos principais setores da sociedade alcançados por este diploma legal.

Em nome da Casa Civil, César Carrijo lembrou que o processo não se encerrou. Qualquer pessoa interessada pode registrar sua opinião e apresentar contribuições no site do MMA. 

Para contribuir, basta preencher o formulário correspondente, deixando sua sugestão para subsidiar a elaboração da consulta pública, a ser lançada pelo governo federal, sobre a regulamentação da Lei da Biodiversidade.

Avanços

O diretor do Departamento de Patrimônio Genético do MMA, Rafael de Sá Marques, falou da importância dos debates em torno da regulamentação da lei, que incorpora um aspecto fundamental sobre o papel do Estado, responsável pela preservação do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado.

Das 170 contribuições já reunidas nas seis oficinas regionais e no encontro nacional, este último ocorrido em Brasília, entre segunda-feira (19/10), e a manhã desta quarta-feira, seis delas foram consideradas as de interesses mais abrangentes.

Incluem a composição do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) e a construção de um cadastro mais ágil e menos burocrático para registrar os pesquisadores interessados em utilizar as informações do banco de dados sobre patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, entre outras listadas no site do MMA.

Na audiência pública, a representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professora Cláudia Manzini Levy, destacou a importância da nova Lei da Biodiversidade para a pesquisa científica e os avanços tecnológicos. Ela lembrou que se trata de tema de relevante interesse nacional, muito importante, já bastante discutido pela comunidade científica. “Hoje, a nova lei permite fazer pesquisa com mais facilidade, ao contrário do que ocorria anteriormente”, afirmou.?

Menos burocracia

Em nome da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Elisa Romano defendeu a repartição de benefícios. E enumerou os avanços da nova lei, como a possibilidade de atrair novos negócios, dentro e fora do Brasil. Para o representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rodrigo Justus, a Lei 13.123/2015 permite superar a burocracia e avançar na pesquisa: “Esta é uma lei favorável a avanços e pesquisas”, destacou. 

Além do setor empresarial e da academia, também apresentaram contribuições representantes do Ministério Público Federal, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros.

Apesar de convidados a participar da audiência pública desta quinta-feira, representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural, Reforma Agrária e Agricultura Familiar (Condraf) e Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) não compareceram.

Formulário para apresentar sugestões 



Luciene de Assis | Comunicação Social/MMA

Tela Verde recebe inscrições até dezembro

Mostra é destinada a curtas metragens, animações e documentários produzidos com equipamentos profissionais ou amadores

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) prorrogou o prazo de inscrição de vídeos na 7ª Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente do Circuito Tela Verde. 

Os produtores de todo o País terão até 7 de dezembro para enviar o material. Podem participar instituições como escolas, redes de educação ambiental e organizações não governamentais.

A mostra é destinada a curtas metragens, animações e documentários produzidos com equipamentos profissionais ou amadores, como câmeras de celular. Os vídeos selecionados integrarão um kit que será distribuído para as instituições cadastradas como espaços exibidores do Tela Verde em todo o País. Para se tornar um desses espaços, os interessados deverão responder chamada pública que será aberta no início de 2016.

O objetivo do Circuito Tela Verde é divulgar e estimular atividades de conscientização ambiental, participação e mobilização social por meio da produção independente audiovisual, além de atender a demanda de espaços educadores por materiais pedagógicos multimídias.

Exibição

A novidade da sétima edição é a parceria do MMA com a TV NBR, que apresentará os trabalhos no programa “DocumentAÇÃO”. A sessão contempla documentários produzidos pela emissora ou por parceiros sobre os mais diversos temas com classificação livre. Todos os vídeos inscritos no Tela Verde poderão participar.

Realizado pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do MMA, em parceria com o Ministério da Cultura, o circuito começou em 2009. Ao todo, 8,2 mil espaços exibiram mais de 240 trabalhos audiovisuais selecionados e divulgados pelo programa. Eventualmente, são agregadas animações de 1 minuto sobre temas como mudanças do clima, resíduos sólidos e consumo sustentável.


Lucas Tolentino | Comunicação Social /MMA

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Governo lança campanha de acesso à saúde para população de rua

O governo começou uma campanha para mobilizar trabalhadores da saúde, gestores e representantes da comunidade sobre o direito de assistência à saúde da população em situação de rua. 

Ao lançar a mobilização, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que, se não for dada visibilidade ao problema do preconceito no atendimento dessas pessoas, não será possível universalizar o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lança mobilização para dar assistência à população em situação de rua | Valter Campanato/Agência Brasil

A campanha, lançada nesta quarta-feira, é uma parceria do Ministério da Saúde com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A data lembra o Dia Nacional de Luta da Pessoa em Situação de Rua, comemorado em 19 de agosto. "A campanha é um reconhecimento de que ainda temos situações de exclusão, de negativa de atendimento, que devem ser enfrentadas", afirmou Chioro.

Com o título “Políticas de Equidade para Tratar Bem de Todos. Saúde da População em Situação de Rua”, a campanha tem caráter informativo, com distribuição de cartazes nas unidades de saúde e nos serviços de assistência social e direitos humanos.

Segundo Chioro, é preciso acabar com o preconceito contra essa população e fazer chegar a informação de que não é necessário ter documento ou comprovante de residência para as pessoas serem atendidas na rede pública de saúde. O objetivo é valorizar a saúde como um direito humano de cidadania e ressaltar que as pessoas em situação de rua, independentemente das condições de higiene, do uso de álcool e outras drogas ou de falta de comunicação, têm o direito de serem atendidas pelo SUS.

Para a coordenadora nacional do Movimento da População de Rua, Maria Lúcia Pereira dos Santos, a campanha vai empoderar essas pessoas para que exijam do sistema de saúde público o serviço a que todos têm direito no país. “Para nós, essa é a diferença entre a vida e a morte, literalmente”, disse Maria Lúcia, referindo-se à necessidade de acesso ao SUS.

Maria Lúcia, que já esteve  nesta situação, afirmou que é comum as pessoas chegarem à rede pública de saúde e ter atendimento negado por estarem mal vestidas, não terem documentos ou não terem tomado banho. “Que eles arranjem um lugar para o cidadão tomar banho. O que não pode é negar atendimento”, disse ela.

O Ministério da Saúde lembra que, desde 2011, existe o Consultório na Rua, um serviço que faz a busca de pessoas em situação de rua. Atualmente, há 144 equipes que atuam nesse esquema no país. As principais causas de internação de pessoas atendidas por tais equipes são relacionadas ao uso de drogas, a problemas respiratórios e a causas externas, como acidentes e violência. “O acesso ao sistema de saúde é um direito para além do Consultório na Rua”, destacou Chioro.

Dados de 2010 indicam que há cerca de 50 mil adultos em população de rua no país e 24 mil crianças e adolescentes.

Agência Brasil

sábado, 31 de janeiro de 2015

Tecnologia ensina óptica para pessoas com deficiência visual

Um projeto idealizado pelo Student Chapter (SPIE), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e pelos professores do Instituto, Cristina Kurachi e Vanderlei Salvador Bagnato, poderá contribuir com o ensino da óptica para pessoas com deficiência visual, por meio de painéis educativos tácteis visuais. 

Projeto vai ensinar óptica para pessoas com deficiência visual | Foto: Divulgação IFSC

A estudante de doutorado do Grupo de Óptica do IFSC, Hilde Harb Buzzá, que está envolvida no projeto, conta que a ideia surgiu em razão do Ano Internacional da Luz, comemorado pela comunidade científica nacional e internacional ao longo deste ano de 2015, conforme determinação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“A luz é um elemento visual, então nos lembramos daqueles que não enxergam. A partir daí, pensamos em várias formas de viabilizar o contato entre deficientes visuais e algo relacionado à luz”, explica a pesquisadora. O docente Eder Pires de Camargo, que ministra aulas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), é cego desde os 12 anos de idade e colabora com a organização na projeção dos citados painéis.

“O projeto será lançado no Rio de Janeiro, pelo fato de a capital do Estado ser sede do congresso da International Photodynamic Association (IPA 2015) e do SPIE Biophotonics South America, dois dos maiores eventos voltados à óptica na saúde e instrumentação, que reunirão especialistas brasileiros e estrangeiros. Como a atual diretora do museu é uma ex-aluna do IFSC, fizemos o contato diretamente”, conta Hilde Buzzá. As atividades voltadas para pessoas com deficiência visual acontecerão no Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e  vão enfatizar os diversos conceitos da área de óptica, como, por exemplo, átomo, efeito fotoelétrico, natureza ondulatória da luz, entre outros. A entrada será gratuita.

Exposição itinerante

Após três meses no Rio de Janeiro, a exposição viajará até São Carlos e deverá ser itinerante ao maior número de cidades possível. Além dos painéis tácteis visuais, Hilde revela que existe a ideia de se criar uma experiência de cinema sem imagens, envolvendo diversas outras sensações, como, por exemplo, o sentido olfativo. Esta experiência envolverá também os organizadores do evento, uma equipe de roteiristas, alguns atores e diretores, dispostos a cooperar com o projeto.

Na opinião de Hilde, todos os visitantes que não possuírem deficiência visual também serão beneficiados, já que essa iniciativa oferecerá outra abordagem da física, possibilitando que todos possam deixar o local com novos conhecimentos ou, inclusive, com a vontade de seguir a carreira da física.

O projeto, cujo lançamento está previsto para o próximo mês de maio, conta também com a participação de alunos e professores da Unesp e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 

Confira o vídeo referente a este projeto. 

Assessoria de Comunicação do IFSC

Acupuntura no SUS sofre com falta de oferta e documentação

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP analisou a implantação da acupuntura no SUS e detectou que, apesar dos avanços, a falta de oferta do serviço ainda é um problema.  “Isso pode comprometer a consolidação e ampliação da acupuntura nos serviços públicos, como na atenção básica”, alerta a pesquisadora e acupunturista Leandra Sousa.

Implantação da acupuntura no SUS, apesar dos avanços, ainda é um problema | Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Os resultados são frutos de análises dos documentos, de 2001 a 2011, do Departamento Regional de Saúde XIII (DRS) do Estado de São Paulo — região de Ribeirão Preto, atrelados a entrevistas com gestores da área da saúde. “A acupuntura foi inserida há nove anos no SUS e, apesar do tempo, existem poucos documentos relacionados à prática”, conta Leandra.

“Dos 26 municípios estudados, apenas sete (26,9%) apresentaram algum registro referente à acupuntura. Desses, somente dois oferecem atendimento pelo SUS”, relata a acupunturista.

Segundo a pesquisa, a prática não é prioridade na agenda política dos gestores do DRS estudado. “Durante as entrevistas, foi detectado que há uma abertura para a implantação, porém interesses coorporativos e financeiros esbarram na questão.”

Outro resultado obtido durante a análise diz respeito à quantidade de registros sobre a oferta do serviço. Leandra observou que, “ao todo, foram 84,4% de documentos sem nenhum registro sobre a oferta da acupuntura”.

Para a pesquisadora, o baixo índice de registros significa que os instrumentos de gestão ainda são utilizados de modo equivocado. “É possível que determinado município oferte acupuntura nos serviços do SUS, mas não tenha registros dessa oferta e vice versa.”

A pesquisa revelou também que boa parte da população não sabe que a acupuntura é fornecida pelo SUS. “As pessoas desconhecem que o governo disponibiliza essa prática nos serviços do Sistema Único de Saúde.”

Documentos como Planos Municipais de Saúde, Relatórios Anuais de Gestão e as bases do Sistema de Informação do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) foram a base para a análise do atual cenário da acupuntura na região. “As ações de saúde contidas nesses documentos expressam o compromisso político assumido pelos gestores no desenvolvimento das ações de saúde dos serviços.”

Segundo Leandra, a acupuntura tem reconhecimento internacional como uma forma de prevenção de doenças e promoção de saúde. A prática também reduz gastos com remédios e tratamentos, o que tem levado “os centros de pesquisas a incentivarem estudos que comprovem, no Brasil, que a acupuntura representa uma forma de redução de gastos com saúde”.

A tese Acupuntura no SUS – realidade e perspectivas, orientada pelos professores Maria José Bistafa Pereira, da EERP e Nelson Filice de Barros, da UNICAMP, foi defendida no segundo semestre de 2014.

Por Marcela Baggini | Comunicação Social /Prefeitura do Campus de RP USP

Cúrcuma pode reduzir sintomas da depressão

Pesquisa da nutricionista Gizele Barankevicz no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou a atividade antioxidante e a ação antidepressiva do pó da cúrcuma em experimento empregando modelo animal. 

O estudo foi realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) UNICAMP, e estiveram envolvidos professores, alunos de pós graduação e iniciação científica. 

O objetivo é explorar as funções medicinais da cúrcuma, planta usada na indústria alimentícia e farmacêutica. 

Cúrcuma: planta asiática cobiçada por chefes e degustadores gastronômicos | Foto: Gizele Barankevicz

Também conhecida como açafrão-da-índia, a cúrcuma é uma planta asiática, cobiçada por chefes e degustadores gastronômicos em diversos países. Sua principal característica é a forte cor amarela do pó obtido a partir da raiz, conhecido simplesmente como açafrão.

“A cúrcuma, mostrou-se como um alimento promissor, capaz de reduzir alguns comportamentos análogos à depressão humana, em animais submetidos a um modelo experimental para avaliação de substancias antidepressivas”, conta Gizele. Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário aplicar um teste de natação forçada em ratos, quando o animal é colocado em um tanque de acrílico com formato cilíndrico com água para avaliar sua imobilidade.

“Ao serem submetidos ao teste de natação, os animais permaneceram imóveis, com um comportamento típico deprimido, não tentando fugir da situação. Os animais que receberam a cúrcuma, tiveram uma redução nesse comportamento semelhante à depressão. Ao receberem esses tratamentos, eles tentavam a todo momento nadar e fugir da situação de risco, indicando que esse composto preveniu esse comportamento igual ao comportamento da depressão em humanos”, conta a nutricionista.

Sintomas depressivos

A pesquisa resultou em indícios reais das ações antioxidante e antidepressiva do pó da cúrcuma na redução de sintomas depressivos. Segundo Gizele, os estudos serão aprofundados durante os experimentos a serem realizados no doutorado.

A cúrcuma ou açafrão-da-índia além de muito utilizada na culinária para acentuar o sabor e colorir alimentos e bebidas, é também importante no preparo de medicamentos.

A pesquisa foi orientada pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), e reforçou a necessidade de estudos com compostos bioativos em alimentos de origem vegetal, que auxiliem na redução ou prevenção do risco de desenvolver doenças como a depressão, cuja a incidência só perde para as doenças coronarianas.

Ana Carolina Brunelli | Comunicação da Esalq

Consumo de castanha-do-brasil pode melhorar função cognitiva

Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP mostrou que o consumo diário de uma castanha-do-brasil, conhecida por castanha-do-pará, recuperou a deficiência de selênio e ainda teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como a Doença de Alzheimer.

Uma castanha por dia foi suficiente para recuperar a deficiência em selênio | Foto: Adriana Figueiredo da Silva

A nutricionista Bárbara Cardoso explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade. “Pessoas com comprometimento cognitivo leve têm mais risco de desenvolver Alzheimer”, diz a pesquisadora e autora da tese de doutorado Efeito do consumo de castanha-do-brasil (Bertholetia excelsa H.B.K) sobre o estresse oxidativo em pacientes com comprometimento cognitivo leve e a relação com variações em genes de selenoproteínas.

Entre as análises feitas pela nutricionista está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL.

Bárbara explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou Doença de Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.

“Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado”, afirma Bárbara.

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes cuja finalidade é combater a formação de radicais livres. E os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-brasil pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.

Metodologia

Foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, frequentadores do Ambulatório de Memória do Idoso, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio. “Esse alto índice era esperado, o solo da região Sudeste é pobre em selênio e a população de São Paulo tem tendência à deficiência de selênio”, conta Bárbara.

Durante seis meses, a nutricionista acompanhou dois grupos de idosos. O primeiro ingeriu uma castanha-do-brasil por dia e o outro não recebeu nenhuma intervenção. Após o período, no grupo que consumiu a castanha diariamente, todos deixaram de apresentar a deficiência de selênio.

Os grupos também passaram por avaliação neuropsicológica antes e depois da intervenção com a castanha-do-brasil. “Os testes analisaram domínios cognitivos, como a fluência verbal, capacidade de copiar desenhos, reconhecimento de figuras, entre outros. E o grupo que ingeriu a castanha apresentou melhora nos aspectos de fluência verbal, avaliada pelo número de animais que o entrevistado consegue mencionar durante um minuto, e praxia construtiva, avaliada pela capacidade do entrevistado em fazer cópia de quatro desenhos apresentados pelo examinador (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo)”.

Segundo a nutricionista, “apenas uma unidade de castanha-do-brasil forneceu 288,75 microgramas de selênio ao dia, aumentando o consumo de selênio para além da recomendação diária (55 microgramas/dia), mas sem ultrapassar o limite tolerável de 400 microgramas”.

Por Hérika Dias |  Agência USP

Vidros e vitrocerâmicas são temas de Escola São Paulo de Ciência Avançada

O Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP, está selecionando alunos de mestrado e doutorado brasileiros e estrangeiros para participar da Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC São Carlos), que ocorrerá em São Carlos (SP) entre 1º e 9 de agosto.

Inscrições para evento na UFSCar podem ser feitas até 7 de fevereiro (foto: Vladimir Fokin)

O evento ocorrerá no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, e será realizado em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) .

Serão selecionados até 100 estudantes de mestrado e doutorado – 50 brasileiros e 50 estrangeiros – que estejam realizando pesquisas na área de vidros e vitrocerâmicas.

Todas as despesas com viagens internacionais, assim como de hotéis, incluindo café da manhã e almoço em São Carlos, serão cobertas. Estudantes brasileiros que precisarem viajar para a cidade também terão os gastos cobertos.

As aulas teóricas e práticas serão ministradas pelos pesquisadores mais graduados do Cepiv e por professores convidados, com experiência internacional.

Processos de relaxação, cristalização, estrutura molecular e processos dinâmicos de vidros e vitrocerâmicas estarão entre os temas abordados por aulas e seminários.

Os participantes também poderão visitar laboratórios da UFSCar, do campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Os interessados devem enviar carta de intenção, currículo e declaração oficial da universidade comprovando a matrícula em um programa de pós-graduação no momento da inscrição. Uma carta de recomendação deve ser enviada diretamente do orientador para os e-mails dedz@ufscar.br, ligia.diniz91@gmail.com e o.lucas.lima@gmail.com.

Dúvidas sobre o evento podem ser esclarecidas com os professores:
Edgar Zanotto (dedz@ufscar.br)
Marcello Andreeta (andreeta@ufscar.br) e
Hellmut Eckert (eckert@ifsc.usp.br). 


Agência FAPESP