Em quatro aulas, o arquiteto recorre à sua formação de historiador para analisar a arquitetura no contexto da cultura urbana do século XX
Contextualizar os processos de constituição, afirmação, apogeu, crise e revisão crítica da arquitetura moderna brasileira é o que propõe o curso Arquitetura Moderna Brasileira e Cultura Urbana no Século XX, a ser ministrado pelo arquiteto Guilherme Wisnik, em outubro, no Museu da Casa Brasileira – instituição da Secretaria de Estado da Cultura. Serão quatro aulas, nos dias 4, 11, 20 e 25 de outubro, sempre às 19h30, com duração de duas horas.
Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU–USP), por onde também é doutorando, e mestre em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, na mesma universidade, Wisnik integrou o quadro de docentes na Faculdade de Arquitetura da Universidade Anhembi Morumbi até agosto de 2009 e, atualmente, é professor licenciado na Escola da Cidade. Além de participar de seminários nacionais e internacionais, o arquiteto ministrou diversos cursos no Centro Universitário Maria Antônia (USP) e na Casa do Saber.
Com este repertório em sua formação profissional, o arquiteto dividirá as aulas em períodos, levando em conta os grandes acontecimentos político-ideológicos do século XX. No dia 4 de outubro, os anos de 1929 a 1960 (da influência de Le Corbusier à construção de Brasília) serão abordados, incluindo temas como o desenvolvimentismo, a Bossa Nova, e o Brazilian Style em arquitetura. Em 11 de outubro, no segundo encontro, o período de 1960 até 1972 será focado e o arquiteto explicará fenômenos como o tropicalismo, a arte ambiental e o brutalismo paulista.
No dia 20 de outubro, na terceira aula, que abrange o período entre 1972 e 1989, Wisnik preparou uma análise sobre o impacto do "milagre" econômico sobre a arquitetura brasileira, com as grandes obras de infra-estrutura e as moradias no chamado "modelo BNH", assim como a influência do pós-modernismo. A última aula, no dia 25 de outubro, tratará da evolução da arquitetura brasileira de 1989 até a atualidade, debatendo fenômenos como o pluralismo estético e temas como as "cidades-fortalezas" e o chamado "planeta-favela", no contexto da globalização, o "fim da História" e a busca da sustentabilidade. Esses últimos anos são considerados pelo arquiteto um tempo de redefinições na passagem do milênio.
O Museu da Casa Brasileira retoma, nesta oportunidade, a prática de oferecer cursos, fomentando a reflexão e o debate entre profissionais e interessados em arquitetura e design.
Sobre Guilherme Wisnik - Guilherme Wisnik é arquiteto, ensaísta e autor dos livros Lucio Costa, da Cosac Naify, Caetano Veloso, e o Estado crítico: à deriva nas cidades, ambos editadospela Publifolha, dentre outros. Suas publicações também incluem ensaios em livros sobre Paulo Mendes da Rocha, Marcos Acayaba, o grupo Coletivo e Álvaro Siza. Wisnik foi colunista da Folha de S.Paulo entre 2006 e 2007. Foi roteirista do longa-metragem O risco – Lucio Costa e a utopia moderna, de Geraldo Motta Filho (prêmio especial do júri no Festival de Gramado, 2003), e curador do projeto de arte pública Margem, do Itaú Cultural, de 2008 a 2010.
Detalhamento do curso
Aula 1: 1929 a 60
Le Corbusier e o Brasil: plástica, território e urbanismo telúrico;
Brazil Builds, Lucio Costa, e o modernismo antropofágico;
Modernismos regionalistas (Brasil, México, Finlândia…) e a Nova Monumentalidade;
Rio de Janeiro: a Bossa Nova e o cosmopolitismo intimista;
O design americano, os "anos dourados" e a cultura do consumo;
São Paulo: indústria, Concretismo, Masp, Bienal de Artes (construtivismo tardio);
Brasília e a "síntese das artes" (Mário Pedrosa), apogeu e crise.
Aula 2: 1960 a 72
Golpe militar de 64, Lina Bo Bardi na Bahia, a atenção voltada para a cultura popular;
Joseph Beuys, Arte Povera e Minimalismo;
Contracultura, Maio de 68, Archigram, Situacionismo;
Pop Art lá e cá (sinais reversos);
Caetano Veloso, Glauber Rocha, Hélio Oiticica, Zé Celso: "Brasil diarréia";
Vilanova Artigas (PCB), e a aposta no desenvolvimento das forças produtivas;
No Brasil: arquitetura + engenharia x artes em geral;
Sérgio Ferro, crítica ao canteiro de obras e a opção pela luta armada.
Aula 3: 1972 a 89
Las Vegas, Pós-minimalismo, Land Art, "anarquitetura";
Estados Unidos: a estrada aberta e a exterioridade;
O "milagre econômico" brasileiro e as grandes obras de infra-estrutura;
Do modelo BNH ao problema da periferia e a explosão das favelas;
Pós-modernismo no Brasil: "idéias fora do lugar" (Éolo Maia, Ruy Ohtake);
No mundo: Neoprodutivismo (Foster, Piano, Nouvel).
Aula 4: 1989 a 2011
Retomada democrática no país, pluralismo estético;
Brasil: dificuldade de forma, território como questão (Paulo Mendes da Rocha)
A retomada construtiva (Lelé, Marcos Acayaba) e os coletivos
Era financeira, globalização e emergência da sustentabilidade;
Cidades-fortaleza e planeta-favela.
Serviço
Curso: Arquitetura Moderna Brasileira e Cultura Urbana no Século XX, com Guilherme Wisnik
Duração: 4 aulas, com duração de 2 horas cada
Valor: R$130,00 por pessoa (máximo de 50 inscritos)
Inscrição pelos telefones: 3032-3727 ou 3032-2499
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Acesso a portadores de deficiência física.
Site: www.mcb.org.br
Estacionamento: de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 10,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 15,00.
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