sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Aposente as chaves. Abra portas com um smartphone

Desenvolvido pela Addvance Soluções em Informática, Magikey dispensa o tradicional sistema chave-fechadura para permitir acesso autônomo e seguro a espaços físicos restritos

Já pensou em como seria seguro e confortável definir quem pode abrir a porta da sua casa ou de seu escritório utilizando chaves virtuais? Já pensou em como seria poder autorizar a entrada de clientes, funcionários, visitantes entre outros públicos, mesmo estando a distância, utilizando os recursos de smartphone?

Um conjunto de dispositivos e softwares, desenvolvido pela Addvance Soluções em Informática e batizado com o nome de Magikey, dispensa o tradicional sistema chave-fechadura para permitir acesso autônomo e seguro de pessoas a espaços físicos restritos.

Com um simples toque num aplicativo de smartphone, o anfitrião pode controlar o acesso de pessoas a residências ou escritórios, remotamente, de qualquer parte do mundo, e definir o período de autorização. É possível criar permissões individuais e de grupos, gerenciar acesso a ambientes específicos, entre outras possibilidades.

A Addvance não desmerece o sucesso das chaves e fechaduras convencionais, tecnologia com mais de 4 mil anos de idade que em 2016 ainda é a mais utilizada para controlar acesso a ambientes. O sistema chave e fechadura foi utilizado por egípcios antigos e patenteado por Linus Yale em 1841. Mesmo a versão “moderna” das chaves tem mais de 150 anos no mercado. Desde então surgiram outras tecnologias de acesso, como o controle remoto de portões, em 1970, que usa radiofrequência, e os códigos de barra. Para a Addvance, as chaves virtuais são o próximo passo. A empresa defende que as pessoas não precisam mais de chaves, elas querem selecionar de forma segura quem pode entrar nos ambientes restritos.

Como surgiu essa ideia? Em conversas informais entre os engenheiros de controle e automação Raul Mariano Cardoso, Guilherme Andrigueti e Felipe Pirotta no tempo em que compartilhavam a mesma república durante a graduação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Certos de que queriam ser empreendedores, em 2012 formalizaram a abertura da Addvance, empresa que faz parte da Associação Campinas Startups, entidade que procura elevar o grau de maturidade de startups que têm algum vínculo com a Região Metropolitana de Campinas.

Com o capital inicial obtido com o aporte de amigos e familiares, eles se dedicaram a um projeto que os ajudou a entender o que era fazer negócio, o que envolvia levar um produto ao mercado, vender, negociar. Num segundo momento, decididos a explorar a aplicação da tecnologia móvel e da Internet das Coisas (IOT, na sigla em inglês), contaram com o apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) para desenvolver o Magikey e testar sua viabilidade técnica e comercial.

Segundo o cofundador Raul Mariano Cardoso, a Internet das Coisas – conceito utilizado para designar a tendência de objetos inteligentes se comunicarem para executar tarefas específicas e no qual se baseia o desenvolvimento do Magikey – é uma área de pesquisa muito promissora e aplicá-la como mecanismo de identificação pessoal representa uma quebra de paradigma.

O Magikey se diferencia dos demais substitutos de chaves existentes no mercado nacional (controles remotos, cartões inteligentes e códigos de barra) porque ele proporciona a interação de pessoas com coisas (portas/cancelas/catracas) usando o smartphone e possibilita a comunicação entre usuários. “O sistema tem três componentes principais: os smartphones em que são instalados o Magikey, os dispositivos nas portas e um software na nuvem responsável pela inteligência e dados do sistema. O aplicativo se comunica então com a porta e faz a validação da identidade das pessoas”, explica Cardoso. Segundo ele, no exterior há tecnologias similares com estágio de desenvolvimento parecido ao do Magikey.

Atualmente o Magikey é utilizado por nove “adotantes iniciais” de Campinas, São Paulo e São José dos Campos, entre eles três coworkings, cinco escritórios e uma clínica médica. O desenvolvimento do Magikey é guiado pela necessidade desses clientes e pelo plano de pesquisa proposto à FAPESP. “Essas parcerias nos ajudam a testar o produto, a acompanhar métricas de utilização, além de entender o mercado”, disse Cardoso.

A estimativa da Addvance é instalar o Magikey em 60 novos clientes até fevereiro de 2017. Ainda em outubro, a empresa iniciará um processo de pre-order (vender para entregar futuramente), com a entrega dos dispositivos prevista para o início de 2017.

Para provar aos clientes o valor desse serviço, a empresa está montando cases bem elaborados, com métricas objetivas, que ajudarão a demonstrar suas vantagens. “Temos visto que, quando as pessoas experimentam e se acostumam, percebem que a dinâmica é bem mais natural e simples”, contou Cardoso.

O desafio maior, segundo ele, é a construção de um negócio inovador, que trabalha com tecnologias disruptivas (que quebram antigos paradigmas), estando no Brasil, em um ambiente totalmente desfavorável. “A FAPESP foi o agente que esteve na contramão do ambiente desfavorável, oferecendo-nos grande suporte financeiro e de formação, embora ainda com processos um pouco demorados e burocráticos”, analisou Cardoso.

Cardoso disse que, apesar de já terem pensado em desistir dezenas de vezes, o desafio e o aprendizado são os seus maiores motivadores. “Poder gerar uma solução brasileira nesse segmento nos deu um sentimento de ‘fazer a diferença’ para o Brasil”, disse, informando que também pretendem ampliar a utilização dos recursos de smartphones no oferecimento de serviços. 

Addvance Soluções em Informática
Endereço: Rua Alfredo Borges Teixeira 60 A, Jardim Santa Genebra, Campinas
Fone: (19) 3287-6678

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