sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Aposente as chaves. Abra portas com um smartphone

Desenvolvido pela Addvance Soluções em Informática, Magikey dispensa o tradicional sistema chave-fechadura para permitir acesso autônomo e seguro a espaços físicos restritos

Já pensou em como seria seguro e confortável definir quem pode abrir a porta da sua casa ou de seu escritório utilizando chaves virtuais? Já pensou em como seria poder autorizar a entrada de clientes, funcionários, visitantes entre outros públicos, mesmo estando a distância, utilizando os recursos de smartphone?

Um conjunto de dispositivos e softwares, desenvolvido pela Addvance Soluções em Informática e batizado com o nome de Magikey, dispensa o tradicional sistema chave-fechadura para permitir acesso autônomo e seguro de pessoas a espaços físicos restritos.

Com um simples toque num aplicativo de smartphone, o anfitrião pode controlar o acesso de pessoas a residências ou escritórios, remotamente, de qualquer parte do mundo, e definir o período de autorização. É possível criar permissões individuais e de grupos, gerenciar acesso a ambientes específicos, entre outras possibilidades.

A Addvance não desmerece o sucesso das chaves e fechaduras convencionais, tecnologia com mais de 4 mil anos de idade que em 2016 ainda é a mais utilizada para controlar acesso a ambientes. O sistema chave e fechadura foi utilizado por egípcios antigos e patenteado por Linus Yale em 1841. Mesmo a versão “moderna” das chaves tem mais de 150 anos no mercado. Desde então surgiram outras tecnologias de acesso, como o controle remoto de portões, em 1970, que usa radiofrequência, e os códigos de barra. Para a Addvance, as chaves virtuais são o próximo passo. A empresa defende que as pessoas não precisam mais de chaves, elas querem selecionar de forma segura quem pode entrar nos ambientes restritos.

Como surgiu essa ideia? Em conversas informais entre os engenheiros de controle e automação Raul Mariano Cardoso, Guilherme Andrigueti e Felipe Pirotta no tempo em que compartilhavam a mesma república durante a graduação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Certos de que queriam ser empreendedores, em 2012 formalizaram a abertura da Addvance, empresa que faz parte da Associação Campinas Startups, entidade que procura elevar o grau de maturidade de startups que têm algum vínculo com a Região Metropolitana de Campinas.

Com o capital inicial obtido com o aporte de amigos e familiares, eles se dedicaram a um projeto que os ajudou a entender o que era fazer negócio, o que envolvia levar um produto ao mercado, vender, negociar. Num segundo momento, decididos a explorar a aplicação da tecnologia móvel e da Internet das Coisas (IOT, na sigla em inglês), contaram com o apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) para desenvolver o Magikey e testar sua viabilidade técnica e comercial.

Segundo o cofundador Raul Mariano Cardoso, a Internet das Coisas – conceito utilizado para designar a tendência de objetos inteligentes se comunicarem para executar tarefas específicas e no qual se baseia o desenvolvimento do Magikey – é uma área de pesquisa muito promissora e aplicá-la como mecanismo de identificação pessoal representa uma quebra de paradigma.

O Magikey se diferencia dos demais substitutos de chaves existentes no mercado nacional (controles remotos, cartões inteligentes e códigos de barra) porque ele proporciona a interação de pessoas com coisas (portas/cancelas/catracas) usando o smartphone e possibilita a comunicação entre usuários. “O sistema tem três componentes principais: os smartphones em que são instalados o Magikey, os dispositivos nas portas e um software na nuvem responsável pela inteligência e dados do sistema. O aplicativo se comunica então com a porta e faz a validação da identidade das pessoas”, explica Cardoso. Segundo ele, no exterior há tecnologias similares com estágio de desenvolvimento parecido ao do Magikey.

Atualmente o Magikey é utilizado por nove “adotantes iniciais” de Campinas, São Paulo e São José dos Campos, entre eles três coworkings, cinco escritórios e uma clínica médica. O desenvolvimento do Magikey é guiado pela necessidade desses clientes e pelo plano de pesquisa proposto à FAPESP. “Essas parcerias nos ajudam a testar o produto, a acompanhar métricas de utilização, além de entender o mercado”, disse Cardoso.

A estimativa da Addvance é instalar o Magikey em 60 novos clientes até fevereiro de 2017. Ainda em outubro, a empresa iniciará um processo de pre-order (vender para entregar futuramente), com a entrega dos dispositivos prevista para o início de 2017.

Para provar aos clientes o valor desse serviço, a empresa está montando cases bem elaborados, com métricas objetivas, que ajudarão a demonstrar suas vantagens. “Temos visto que, quando as pessoas experimentam e se acostumam, percebem que a dinâmica é bem mais natural e simples”, contou Cardoso.

O desafio maior, segundo ele, é a construção de um negócio inovador, que trabalha com tecnologias disruptivas (que quebram antigos paradigmas), estando no Brasil, em um ambiente totalmente desfavorável. “A FAPESP foi o agente que esteve na contramão do ambiente desfavorável, oferecendo-nos grande suporte financeiro e de formação, embora ainda com processos um pouco demorados e burocráticos”, analisou Cardoso.

Cardoso disse que, apesar de já terem pensado em desistir dezenas de vezes, o desafio e o aprendizado são os seus maiores motivadores. “Poder gerar uma solução brasileira nesse segmento nos deu um sentimento de ‘fazer a diferença’ para o Brasil”, disse, informando que também pretendem ampliar a utilização dos recursos de smartphones no oferecimento de serviços. 

Addvance Soluções em Informática
Endereço: Rua Alfredo Borges Teixeira 60 A, Jardim Santa Genebra, Campinas
Fone: (19) 3287-6678

Fundação Seade lança aplicativo Perfil dos Municípios Paulistas

Agência FAPESP – A Fundação Seade lançou o aplicativo para celular Perfil dos Municípios Paulistas, que dá acesso a 52 tipos de informações sobre temas como habitação, educação, economia, saúde, população (nascimentos, óbitos, casamentos), história dos municípios (aniversário, padroeiro etc.) e nome dos prefeitos e presidentes das câmaras municipais do Estado de São Paulo.

As informações dos municípios podem ser comparadas com os dados do próprio Estado e regiões onde estão localizados. Além disso, é possível visualizar a evolução dos resultados em formato de gráfico e entender cada indicador ali disponibilizado.

A plataforma digital, oferecida gratuitamente, está disponível para os sistemas iOS (iPhone) e Android e faz parte do projeto Governo Aberto, uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo de disponibilização, através da internet, de documentos, informações e dados governamentais de domínio público para a livre utilização pela sociedade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Transpetro abre processo seletivo público para quadro de mar

São 141 vagas com garantia de remuneração mínima de R$ 10.868,28

A Transpetro abre nesta quinta-feira (6) as inscrições para o processo seletivo público que selecionará 141 profissionais para o quadro de mar da companhia. São 88 vagas para o cargo de Segundo Oficial de Náutica e 53 para Segundo Oficial de Máquinas, além da formação de cadastro de reserva.

Para concorrer, o candidato deve estar registrado como Aquaviário, de acordo com a Norma da Autoridade Marítima (Normam 13), e estar com os documentos comprobatórios originais devidamente atualizados de acordo com a categoria pretendida.

Com garantia de remuneração mínima de R$ 10.868,28, os admitidos também terão direito a benefícios como auxílio educacional para os dependentes, plano de saúde e plano de previdência complementar.

As inscrições para o processo seletivo vão até o dia 31/10 e a prova está prevista para 27/11, em cinco cidades: Belém (PA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Sebastião (SP). Os candidatos aprovados nesta etapa serão convocados para o exame de capacitação física.

O edital está disponível no site da Fundação Cesgranrio e as inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet no endereço www.cesgranrio.org.br.

Agência Petrobras

domingo, 31 de julho de 2016

Óleo para o biodiesel

Um decreto presidencial de abril deste ano elevou a porcentagem da adição de biodiesel no diesel, que passará de 7% para 8% até 2017 e chegará a 10% em 2019. No ano passado, o país produziu 3,9 bilhões de litros de biodiesel – um crescimento de 15% em relação a 2014 –, ficando em segundo lugar no mundo, atrás dos Estados Unidos e na frente da Alemanha e da Argentina.

Com o futuro aumento da produção do biocombustível, várias alternativas de matérias-primas deverão ser utilizadas (Foto: Palmeira de macaúba/Léo Ramos/Revista Pesquisa FAPESP)

A demanda esperada para 2020 é de 7 bilhões de litros. Em 2015, 76,5% do biodiesel no Brasil foi feito com soja, 19,4% com gordura animal, 2% com algodão e mais 2,4% com outros tipos de matérias-primas, como óleo de cozinha usado, dendê, entre outros. A produção desse biocombustível se dá por meio de um processo químico chamado de transesterificação, em que é misturado um óleo vegetal ou gordura de origem animal ao metanol, um álcool extraído do gás natural, e mais um catalisador, uma substância química. Para cada mil litros de óleo são necessários 300 litros de metanol.

O aumento da participação do biodiesel no diesel vai estimular a demanda por matérias-primas para o fabrico do óleo vegetal. As opções são muitas. A mais recente, que é objeto de estudo de várias instituições de pesquisa brasileiras, é o óleo do fruto da macaúba, uma palmeira encontrada em quase todo o Brasil, do norte de Minas Gerais até o norte da Argentina. Ela é a mais nova promessa para a produção de biodiesel. O que atrai na planta é a quantidade de óleo que essa cultura sem nenhum melhoramento agronômico produz num espaço de 10 mil metros quadrados ou 1 hectare (ha): até 4 mil litros (l). A título de comparação, a soja rende 500 l/ha.

A FAPESP apoia três projetos de Pesquisas sobre o óleo de macaúba: o estudo da estrutura genética da macaúba; a análise da diversidade genética da espécie para seleção de plantas matrizes; e um Projeto Temático envolvendo a produção de mudas comerciais visando ao biodiesel.

“A macaúba será extremamente importante para o futuro do biodiesel em alguns anos. É a cara do Brasil porque é uma planta nativa que está sendo muito pesquisada e em pouco tempo vai ganhar mercado”, comenta Donizete Tokarski, diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), que reúne os produtores. Ele garante que, com a capacidade industrial atual, é possível aumentar a oferta de biodiesel aos poucos, até atingir os 15% na composição com o diesel. Isso é possível porque quase toda a matéria-prima para o biodiesel é de subprodutos, como óleo de soja, gordura animal e óleo do caroço do algodão. Existe ainda o óleo de fritura, por exemplo, segundo Tokarski, uma fonte quase inexplorada. Dependendo da região, compra-se o litro por valores que vão de R$ 0,40/l a R$ 1,80/l.


Marcos Oliveira | Revista Pesquisa FAPESP

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Eliminação do sarampo no Brasil tem reconhecimento internacional

Foto: Marcos Moura - Sec Saúde de Fortaleza
Até o final de 2016 o Brasil receberá, da OMS, o certificado de eliminação do sarampo - e com isso ficará reconhecido o fim da transmissão da doença em todo o continente americano 

O sarampo está eliminado no Brasil. O anúncio foi feito durante visita ao Brasil da presidente da Comissão Nacional de Especialistas para a Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), Merceline Dahl-Regis: o último caso relatado no país foi no Ceará, em julho de 2015. A expectativa agora é que, até o final de 2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – e com isso ficará reconhecida a eliminação da transmissão da doença em todo o continente americano, que será a primeira região do mundo onde isso acontece. O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. 

Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado e exitoso do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Ceará, parabenizando todo o processo de vigilância epidemiológica realizado durante a situação. “O Ministério da Saúde, junto com a Secretaria Estadual e municipais de Saúde no Ceará, buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou o secretário Executivo, Antonio Nardi, durante evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília, onde foram discutidos também os progressos realizados no sentido de garantir a sustentabilidade da interrupção da transmissão do vírus no sarampo. 

Histórico – No Brasil, o Sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. Desde 1999, a vigilância do sarampo é integrada à vigilância da rubéola, tornando oportuna a detecção de casos e surtos e a efetivação das medidas de controle adequadas. 

Desde a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo, em 2000, a doença apresentou baixa morbimortalidade. No ano 2000 foram confirmados os últimos surtos autóctones nos estados do AC e MS. A partir de 2001 ocorreram casos importados, mas sem grande magnitude e controlados pelas ações de prevenção e controle. 

Também foi realizada Campanha de Seguimento contra o Sarampo em todos os municípios brasileiros no período de 08 a 28 de Novembro de 2014. Com as medidas adotadas foi constatada a interrupção da circulação do vírus do sarampo no Brasil. A partir desse cenário, particularmente nos estados de PE e CE – onde ocorreram surtos em 2013, 2014 e 2015 – foi elaborado, em 2014 o Plano de Contingência Para Resposta às Emergências em Saúde Pública para o Sarampo. Em 2015, considerando o cenário da disseminação do Zika vírus país, foi elaborado o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia – Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Atualizado de acordo com as necessidades e o cenário epidemiológico. 

Apesar dos grandes avanços obtidos no mundo, os surtos continuam ocorrendo mesmo em países que apresentam alta cobertura vacinal, o que requer que sejam mantidas as estratégias estabelecidas no Plano de Sustentabilidade da Eliminação do Sarampo, Rubéola e SRC e manutenção da Comissão Nacional de Especialistas do Sarampo. 

Mesmo após a interrupção dessa transmissão, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar todas as medidas de controle ao caso. 

O Programa Nacional de Imunizações estabelece a meta de 95% da cobertura vacinal de forma homogênea em todas as localidades no município. Para avaliar e monitorar essa cobertura local, o Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) deve ser realizado de forma sistemática, com articulação entre as equipes de vigilância epidemiológica, laboratorial e imunizações, Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF). 

Os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no País eram importados ou relacionados à importação. 

Da Agência Saúde

Migração para TV Digital

Agência Brasil
Migração para TV Digital gratuita tem início em Belo Horizonte e outros 38 municípios do estado. Novo sinal de TV aberta trará mais qualidade de imagem e som à população

Esta semana começou a contagem regressiva. Em 26 de julho de 2017, o sinal analógico de TV aberta será desligado na região e as transmissões dos canais serão feitas apenas pelo sinal digital, que proporciona imagem e som de melhor qualidade, livre de chiados, chuviscos e fantasmas.

O processo é conduzido pela Seja Digital, entidade responsável por operacionalizar a migração do sinal de TV aberta do analógico para o digital no Brasil. Criada por determinação da Anatel, a entidade tem como missão informar à população o que precisa ser feito para ter acesso à TV Digital, oferecendo suporte didático, desenvolvendo campanhas de comunicação e mobilização social e distribuindo kits com antenas e conversores para as famílias cadastradas em programas sociais do Governo Federal.

“Este processo representa um grande avanço tecnológico, pois coloca o Brasil no mesmo patamar de transmissão televisiva de países como Estados Unidos e Reino Unido, que já realizaram o desligamento do sinal analógico”, afirma Antonio Carlos Martelleto, Diretor Geral da Seja Digital. O executivo reforça que a prioridade da entidade é promover ações didáticas voltadas, principalmente, para o esclarecimento à população sobre a transição, assegurando que todos estejam preparados para o novo momento da TV no Brasil. “Nosso principal compromisso com a digitalização da TV no Brasil é preparar a população para que não fique sem acesso ao sinal dos canais de TV aberta”, explica Martelletto.

Durante o período de transição, os telespectadores de Belo Horizonte e região que assistem os canais de TV aberta passarão a ver durante a programação um sinal com a letra “A”. Este símbolo indica que o sinal da TV é analógico. Com a proximidade do prazo para a migração do sinal, a letra “A” aparecerá com maior frequência. Dois meses antes do prazo, a indicação estará fixa na tela. No dia 26 de julho de 2017, o sinal analógico será desligado e apenas o sinal digital estará disponível.

Além de Belo Horizonte, o sinal analógico será desligado em outros 38 municípios do estado: Araçaí, Baldim, Betim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caeté, Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Fortuna de Minas, Funilândia, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Itaúna, Jequitibá, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Prudente de Moraes, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, São José da Varginha, Sarzedo, Sete Lagoas, Taquaraçu de Minas e Vespasiano.

Para saber mais informações sobre como se preparar para desligamentos do sinal analógico dos canais de TV aberta, acesse o portal www.sejadigital.com.br.

Benefícios da mudança

O desligamento do sinal analógico irá liberar a faixa de 700Mhz para que a oferta de internet 4G possa ser expandida na região. O 4G é uma das tecnologias mais avançadas do mundo, que permite a celulares, smartphones, laptops e tablets acessarem sinal de voz e dados a velocidades muito mais rápidas, até mesmo em ambientes fechados. De acordo com um estudo da GSM Association, esse processo de migração para TV digital pode trazer mais de US$ 5 bilhões ao PIB brasileiro, além de mais de 4 mil empregos.

A TV Digital também oferece uma série de melhorias em relação ao sinal analógico. A transmissão possui qualidade muito superior tanto de imagem quanto de som. Outra questão fundamental são os recursos interativos. Por meio do sinal digital, o telespectador pode ter acesso a conteúdos adicionais como informações de bastidores, galerias de imagens do programa, ofertas de produtos relacionados, previsão do tempo e notícias em texto – tudo gratuitamente e de acordo com as definições de cada emissora.

Rio Verde e Brasília: as primeiras cidades 100% digital

Em março de 2016, o município de Rio Verde (GO) tornou-se a primeira cidade do Brasil a ser exclusivamente digital nas transmissões televisivas. Foram oito meses de trabalho no município, preparando e orientando a população, para que o sinal analógico fosse desligado.

Brasília é a primeira região metropolitana que está passando pelo processo de desligamento do sinal. O sinal analógico será a desligado em 26 de outubro, mas até o fim de julho, mais de 200 mil famílias terão recebido o kit gratuito com o antena e conversor, e estarão prontas para assistir televisão com imagem e áudio de cinema.

Para cumprir sua missão no Distrito Federal, a Seja Digital vem promovendo ações sociais, mutirões de orientação e parcerias com organizações sociais. Em breve, as campanhas de comunicação e as ações de mobilização chegarão a Belo Horizonte e região anunciando o desligamento do sinal analógico dos canais abertos de televisão.

Sobre a Seja Digital

A Seja Digital (EAD - Entidade Administradora de Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais TV e RTV) é responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para digital da televisão aberta no Brasil. Criada por determinação da Anatel, tem como missão garantir que a população tenha acesso à TV Digital, oferecendo suporte didático, desenvolvendo campanhas de comunicação e mobilização social e distribuindo kits para TV digital para as famílias cadastradas em programas sociais do Governo Federal. Também tem como objetivos aferir a adoção do sinal de TV digital, remanejar os canais nas frequências e garantir a convivência sem interferência dos sinais da TV e 4G após o desligamento do sinal de TV analógico. Esse processo teve início em abril de 2015 e tem previsão de finalização em 2018, de acordo com cronograma definido pela portaria 378 do antigo Ministério das Comunicações.

via S2Publicom

segunda-feira, 7 de março de 2016

Parque da Juventude recebe escultura que homenageia liberdade

A2img / Daniel Guimarães
O Parque da Juventude, localizado na zona norte da capital paulista, recebeu neste domingo (6), a escultura "Um Sonho de Liberdade", concebida originalmente pelo artista italiano Domenico Calabrone, reconhecido por fundir formas orgânicas e mecânicas. O governador Geraldo Alckmin participou da cerimônia de inauguração.

Representando a trajetória das pessoas que lutaram pela liberdade, "Um sonho de liberdade" mostra um homem segurando uma pomba. A escultura foi doada pela família do artista à Fundação Mario Covas, que encomendou a réplica ampliada com recursos captados pela lei Rouanet. A versão instalada no Parque da Juventude é feita em bronze e possui 6 metros de altura.

O local foi escolhido para abrigar a obra por ser símbolo da transformação (até 2002 sediava a Casa de Detenção de São Paulo e hoje, além do parque, sedia a Escola Técnica de São Paulo e a Biblioteca de São Paulo).

Imprensa | Governo SP

Operação fiscaliza ovos de chocolate com brinquedos

Operação Especial Páscoa será feita em pontos de venda 
de ovos de chocolate que contenham brinquedos - (José Cruz/Agência Brasil)

Agência Brasil | O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, inicia hoje (7) a Operação Especial Páscoa, que fiscalizará pontos de venda de ovos de chocolate que contenham brinquedos. 

O Inmetro verificará se os brinquedos oferecidos como brinde têm o selo de identificação de conformidade, que atesta que o produto foi certificado. A ação ocorrerá em todos os estados.

A operação vai até sexta-feira (11). Segundo o instituto, o objetivo é coibir a venda de itens irregulares. O consumidor também pode fazer a verificação ao comprar. Segundo o Inmetro, os chocolates com brinquedo certificados devem trazer a seguinte frase na embalagem: “Atenção: contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade”.

Os estabelecimentos em que forem encontradas irregularidades terão até dez dias para se defender. Depois, estarão sujeitos às penalidades previstas em lei, com possibilidade de multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão. Os consumidores que quiserem apresentar denúncias podem ligar para 0800 285 1818, ou enviar mensagem para o e-mail ouvidoria@inmetro.gov.br.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Festival das Lanternas em São Paulo

Crédito da imagem: Attribution, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10891097
Participe do Festival das Lanternas 20/02/2016 a partir das 18h

No dia 20 de fevereiro de 2016 (sábado), das 18h às 22h, o Instituto Confúcio na Unesp e a Associação Chinesa de São Paulo realizam o Festival das Lanternas, na Praça Roosevelt, em São Paulo.

Durantes as celebrações de 15 dias do Ano Novo Chinês, comemorado em vários países do mundo, acontecem muitas atividades culturais, dentre elas o festival celebrado na noite do 15º dia. 

A festa é considerada o auge das festividades do Ano Novo Chinês e também marca o final das comemorações, que este ano tiveram início no dia 8 e vão até o dia 22 de fevereiro.

Como o nome indica, as lanternas são o ponto principal deste festival. A praça ficará totalmente iluminada por lindas lanternas coloridas, que proporcionarão um espetáculo de luzes.

Durante o tradicional festival haverá outras atrações. Veja a programação abaixo:

Apresentações musicais

Artesanato chinês: recorte de papel e nós

Aulas demonstrativas de língua chinesa

Food truck de comidas típicas

Caligrafia chinesa

Dança do Leão

Desfile de Qipao

Danças típicas da China

Jogos de quebra-cabeças

Brincadeiras concorrendo a prêmios

Praça Roosevelt

Construída na década de 60, entre as ruas Consolação e Augusta, a Praça Franklin Roosevelt, homenagem do prefeito à época, José Vicente Faria Lima, ao presidente americano, é uma das principais áreas de lazer no centro de São Paulo nos dias de hoje.

Após uma reforma, a praça reabriu ao público em outubro de 2012 com seu espaço totalmente reestruturado e revitalizado.

Com 200 árvores, o local ganhou novos ambientes cobertos por flores de cores variadas com pisos ecológicos e iluminação especial.

Foram construídas também duas guaritas de segurança, uma da Polícia Militar e outra da Guarda Civil, o que permite passeios tranquilos em qualquer horário.


Festival das Lanternas
Dia:20 de fevereiro (sábado)
Horário:das 18h às 22h
Local:Praça Franklin Roosevelt, próximo às estações República e Anhangabaú do metrô 

via Instituto Confúcio na Unesp

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

FGV cria 14 cursos de curta duração em São Paulo

O programa CADEMP irá oferecer cursos nas áreas de: Contabilidade e Finanças; Logística e Cadeia de Suprimentos; Marketing e Vendas; Operações e Recursos Humanos 

A Fundação Getulio Vargas abre 14 novos cursos de curta duração em São Paulo pelo programa CADEMP. O objetivo é treinar profissionais para uma habilidade específica com docentes de grande vivência empresarial e acadêmica. 

Os cursos tem a duração de 16h/aula, 24 h/aula ou 32 h/aula. Não é preciso ter Ensino Superior e não há taxa de inscrição e prova para o processo seletivo. As aulas acontecem na unidade Paulista no período diurno. 

Entre os cursos: Crédito e Cobrança; Matemática Financeira com a HP 12C; Planejamento Financeiro Pessoal; Técnicas para Cobrança de Dívidas; Gestão de Estoques; Técnicas de Compras; Como Gerenciar Pequenos e Médios Negócios; Marketing nas Mídias Sociais; Planejamento de Negócios Online e Lojas Virtuais; Técnicas de Vendas; Técnicas Para Melhoria de Processos; Excelência no Atendimento ao Cliente; Negociação; Recrutamento e Seleção por Competências. 

Os cursos do CADEMP começaram no Rio de Janeiro há 40 anos e já formaram mais de 180 mil alunos. Informações no 0800 772 2778 ou fgv.br/cademp-sp

Luana Magalhães | Insight Comunicação

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A busca de uma denominação de origem da cachaça

A aguardente e a cachaça são bebidas alcoólicas brasileiras por excelência. A diferença entre elas está em seu método de produção. 

A aguardente é produzida industrialmente em grandes quantidades com destilação em coluna (com teor alcoólico de até 54 graus). Já a cachaça é artesanal, destilada em alambiques e, por definição, de maior qualidade (com teor de até 42 graus).

Garantias de procedência e de qualidade permitirá classificar a produção nacional das 5 a 7 mil marcas comercializadas e alavancar as exportações (foto: Wikimedia Commons)

No exterior a cachaça brasileira foi e ainda é muitas vezes confundida com o rum caribenho – as duas bebidas são produzidas a partir da cana de açúcar. Daí decorre que a cachaça brasileira não possui nem de perto a “aura” que os runs cubano ou jamaicano desfrutam no mercado internacional. Esse problema tem algumas explicações. A principal delas é a falta de controle de qualidade e de origem das 5 mil a 7 mil marcas comercializadas no Brasil.

Desde os anos 1990, diversos grupos de pesquisa tentam desenvolver marcadores químicos que possam tanto tipificar a cachaça nacional quanto traçar a sua origem geográfica, a região e o estado onde é produzida. A necessidade de garantias de procedência e de qualidade é defendida pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), que tem interesse em utilizá-las para classificar a produção nacional e alavancar as exportações. De acordo com o Ibrac, o Brasil produz 700 milhões de litros de cachaça por ano, com movimentação de R$ 1,4 bilhão. O total exportado é de apenas 10 milhões de litros, equivalentes a US$ 17 milhões.

Uma vez disponíveis tais marcadores químicos, será possível outorgar aos produtores de cachaça artesanal um Certificado de Origem, a exemplo do que ocorre com o vinho europeu, chileno e argentino. Avanços importantes nessa direção têm sido alcançados pelos pesquisadores do Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da FAPESP.

A equipe do IQSC já desenvolveu marcadores químicos para verificar várias propriedades da cachaça, como publicado no Journal of Food Science.

As conquistas mais recentes são a detecção da origem do fermento usado na composição da cachaça, conforme artigo publicado noJournal of Food Composition and Analysis, e a primeira tentativa bem-sucedida de detecção de origem geográfica da cachaça, com procedência nos estados de São Paulo e Minas Gerais ou na região Nordeste, trabalho que acaba de ser publicado no Journal of Food Science.

300 compostos químicos

Como no Brasil não existe um padrão para a fabricação de destilado de cana-de-açúcar, diversos processos regionais e até mesmo locais são usados, gerando destilados com diferentes perfis sensoriais e químicos, diz Douglas Wagner Franco, do IQSC. “A cachaça possui mais de 300 compostos químicos. A distinção que estabelecemos é baseada na análise quantitativa desses compostos químicos e como variam as proporções dessas concentrações nas diferentes amostras.”

Até o presente, os estudos sobre a química da cachaça permitiram estabelecer a diferenciação química entre o rum (produzido a partir do melaço da cana) e a aguardente e a cachaça (feitas a partir do caldo de cana); reconhecer se o destilado foi preparado com cana-de-açúcar queimada ou não; identificar que tipo de levedura (comercial ou natural) foi usado na preparação do mosto; distinguir entre o produto de alambique e os produtos de coluna; identificar os métodos de “corte” usados durante a destilação em alambiques; observar a adição de caramelo e a sua concentração; e, por fim, verificar que tipo de madeira foi usado para o envelhecimento do destilado. “Os resultados nos levaram a um conhecimento maior da química dos destilados e chegamos a assessorar o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na elaboração das normas atuais”, diz Franco.

O estudo recém-publicado sobre a origem geográfica do destilado foi baseado no estudo químico de 50 cachaças produzidas usando métodos similares em regiões selecionadas: São Paulo (15), Minas Gerais (11), Rio de Janeiro (11), Paraíba (9) e Ceará (4). A análise identificou cinco grupos de compostos cujas similaridades químicas foram observadas entre as cachaças de Minas e São Paulo, e entre as do Rio e da Paraíba. Os destilados do Ceará mostraram uma assinatura química distinta.

As maiores concentrações de chumbo foram detectadas nas cachaças mineiras e paulistas (23 e 19 microgramas por litro, respectivamente, concentrações muito inferiores ao limite permitido pela legislação brasileira, que é de 200 microgramas por litro). As maiores concentrações de cobre foram detectadas nos destilados paraibanos e cearenses (5,2 e 7,3 miligramas por litro, respectivamente), enquanto que as amostras do Ceará foram as com as maiores concentrações de ferro (0,9 miligrama por litro).

Com relação à composição orgânica, as amostras do Rio e da Paraíba apresentaram as maiores concentrações de acetona, acetaldeído e hidroximetilfurfural. As amostras cearenses apresentaram as maiores concentrações de carbamato de etila, ácido acético, lactato de etila e álcool isoamílico.

Quando investigadas separadamente pelo método de Análise de Componentes Principais, as cachaças de Minas, São Paulo, Rio e Paraíba puderam ser distintas umas das outras. Entre a metodologia de classificação empregada, o método KNN conseguiu prever com sucesso a origem geográfica de 86% das amostras de cachaça.

Prova de conceito

“É um bom começo”, admite Franco. Até o momento, segundo ele, os resultados do trabalho podem ser considerados como uma prova de conceito. Os perfis químicos das amostras refletem a produção de cachaça de uma estação do ano específica, saliente Franco. Os resultados obtidos não podem ser extrapolados para todos os anos de produção, devido às variações de clima e do regime de chuvas de um ano para o outro.

O aumento no número de amostras e das regiões produtoras, assim como a inclusão de amostras de anos diferentes, poderão permitir a identificação de novos marcadores químicos e melhorar a robustez e a representatividade deste modelo de análise da origem geográfica da cachaça, afirma o pesquisador.

A ampliação da pesquisa é importante, mesmo porque a cachaça é produzida em todo o país, e não apenas nos cinco estados analisados. O objetivo final é conseguir certificar a origem da cachaça produzida em todas as regiões do Brasil. “A denominação de origem é uma coisa importante”, diz Franco.

O artigo de Franco e outros, Chemical data as markers of the geographical origins of sugarcane spirits, publicado no Food Chemistry, pode ser lido em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0308814615013837.

O artigo Chemical Typification of the Sugarcane Spirits Produced in São Paulo State, de Franco e outros, publicado no Journal of Food Science, pode ser lido em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1750-3841.13013/abstract.

E o artigo Chemical traceability of industrial and natural yeasts used in the production of Brazilian sugarcane spirits, publicado noJournal of Food Composition and Analysis, também assinado por Franco e outros, está acessível no endereçohttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0889157514001781.

Telescópio brasileiro para observação do Sol

A Nasa, agência espacial norte-americana, lançou com êxito, no dia 18 de janeiro, um balão estratosférico que transporta dois equipamentos científicos voltados a estudar o Sol. O lançamento foi feito em McMurdo, base dos Estados Unidos na Antártica. 

Instrumento científico transportado por balão estratosférico realiza voo de circum-navegação na Antártica com o objetivo de captar a energia que emana das explosões solares em frequências inéditas (ilustração: Nasa)

Um dos equipamentos é o Solar-T: um telescópio fotométrico duplo, projetado e construído no Brasil por pesquisadores do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em colaboração com colegas do Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O outro equipamento é o experimento de raios X e gama GRIPS (sigla em inglês de Gamma-ray Imager / Polarimeter for Solar Flares), da University of California em Berkeley, nos Estados Unidos, no qual o Solar-T foi acoplado.

Desenvolvido com apoio da FAPESP, por meio de um Projeto Temático e de um Auxílio à Pesquisa-Regular, o Solar-T é o primeiro instrumento científico do gênero construído no país, após 15 anos de pesquisa e desenvolvimento.

Além da FAPESP, o projeto contou com recursos do Fundo Mackenzie de Pesquisa (MackPesquisa), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Nasa, do AFOSR (sigla em inglês de Air Force Office of Scientific Research), dos Estados Unidos, e do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), da Argentina.

“O desenvolvimento do Solar-T representa uma oportunidade de qualificação brasileira em tecnologia espacial avançada que pode dar origem a novos projetos em satélites, por exemplo, e contribuições para a Estação Espacial Internacional”, disse Pierre Kaufmann, pesquisador do CRAAM e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

“Estamos desenvolvendo um projeto em colaboração com o Instituto Lebedev de Moscou para instalar telescópios de detecção de frequências em terahertz na Estação Espacial Internacional, e o sucesso da missão do Solar-T é uma condição necessária para qualificarmos a tecnologia que desenvolvemos”, afirmou.

O balão estratosférico transportando o Solar-T e o GRIPS – que juntos pesam mais de 3 toneladas – está voando a uma altitude de 40 mil metros e circum-navegará a Antártica por um período entre 20 e 30 dias.

Enquanto sobrevoar o continente gelado, o Solar-T deverá captar a energia que emana das explosões solares em duas frequências inéditas, de 3 e 7 terahertz (THz), que correspondem a uma fração da radiação infravermelha distante.

Situada no espectro eletromagnético entre a luz visível e as ondas de rádio, essa faixa de radiação permite observar mais facilmente a ocorrência de explosões associadas aos campos magnéticos das regiões ativas do Sol, que muitas vezes lançam em direção à Terra jatos de partículas de carga negativa (elétrons) aceleradas a grandes velocidades.

Nas proximidades do planeta, essas partículas atrapalham o funcionamento de satélites de telecomunicações e de GPS e produzem as auroras austrais e boreais.

A radiação das explosões nessa faixa do infravermelho distante também torna possível uma nova abordagem para investigar fenômenos que produzem energia em regiões ativas que ficam entre a superfície do Sol, a fotosfera, onde a temperatura não passa dos 5,7 mil graus, e as camadas superiores e mais quentes: a cromosfera, onde as temperaturas alcançam 20 mil graus, e a coroa, que está a mais de 1 milhão de graus (leia mais).

“Essas frequências de 3 e 7 terahertz são impossíveis de serem medidas a partir do nível do solo porque são bloqueadas pela atmosfera. É necessário ir para o espaço para medi-las”, disse Kaufmann.

Para fazer as medições, o Solar-T conta com um aparato composto por dois fotômetros (medidores de intensidade de fótons), coletores e filtros para bloquear radiações de frequências indesejáveis (infravermelho próximo e luz visível), que poderiam mascarar o fenômeno, e selecionar as frequências de 3 e 7 terahertz (leia mais).

Os dados coletados pelo telescópio fotométrico são armazenados em dois computadores a bordo do equipamento e transmitidos compactados à Terra, por meio de um sistema de telemetria, valendo-se da rede de satélites Iridium. Os dados transmitidos à Terra são gravados em dois computadores no CRAMM.

“A transmissão dos dados obtidos pelo Solar-T para a Terra garante a obtenção das informações coletadas caso não seja possível recuperar os computadores a bordo do equipamento, porque as chances são muito baixas”, afirmou Kaufmann. “A Antártica é maior do que o Brasil, tem pouquíssimos lugares de acesso e não há como controlar o lugar onde o balão deve cair.”

De acordo com o pesquisador, os dois fotômetros THz, os computadores de dados e o sistema de telemetria do Solar-T estão funcionando normalmente, alimentados por duas baterias carregadas com energia capturada por painéis solares.

Logo após o rastreador de explosões solares ter sido acionado, no dia seguinte ao do lançamento do balão estratosférico, o equipamento já começou a enviar dados para a Terra.

Os dados terão que ter precisão de apontamento e rastreio do Sol de mais ou menos meio grau. Esse nível de precisão deverá ser assegurado por um sistema automático de apontamento e rastreio do GRIPS, com o qual o Solar-T está alinhado.

“Por enquanto, ainda não houve nenhuma grande explosão solar captada pelo Solar-T. Mas, caso ocorra, o equipamento poderá detectá-la e enviar os dados para analisarmos”, disse Kaufmann.

Série de tentativas

O balão estratosférico foi lançado com sucesso pela equipe da Nasa após sete tentativas frustradas, iniciadas em dezembro de 2015.

As tentativas anteriores falharam porque na hora do lançamento mudaram as condições de vento no solo, na atmosfera superior e na estratosfera (a 50 quilômetros do solo).

A combinação das condições meteorológicas de solo e a média e alta altitude é crítica e muito difícil de ser determinada pelos sistemas de previsão de tempo, explicou Kaufmann.

“Como a operação de lançamento é muito cara, envolve dezenas de pessoas, veículos e, eventualmente, até aviões, a margem de risco tem que ser mínima”, disse.

“Não tivemos que pagar nada pela missão porque fomos convidados pelo grupo de pesquisadores do experimento GRIPS a participar do projeto após apresentarmos o Solar-T em uma conferência internacional. Estávamos à procura de um lançador para o telescópio e tínhamos até um projeto de ter um lançador próprio.”

Segundo o pesquisador, o custo da realização de experimentos espaciais, como o Solar-T, com balões estratosféricos é muito menor em comparação ao uso de satélites.

Algumas das razões pelas quais o balão estratosférico foi lançado agora é porque a circulação estratosférica de vento – o chamado vórtex – em volta do Polo Sul é favorável nessa época do ano. Além disso, o Sol também nunca se põe no Polo Sul nesse período do ano.

Dessa forma, é possível coletar ininterruptamente a luz emitida pelo Sol. “Mesmo agora, em que o Sol está em uma fase de queda de ciclo, a chance de detectar uma explosão razoável, observando por 24 horas diariamente e em um período entre 20 e 30 dias em que o Solar-T ficará na estratosfera, é muito boa”, avaliou Kaufmann.

Na avaliação do pesquisador, se o lançamento do Solar-T não fosse feito agora dificilmente seria possível realizá-lo no ano que vem, quando o ciclo de explosões solares deve cair ainda mais.

“Já estávamos nos aproximando da chamada ‘janela do verão’ [quando o Sol se põe no Polo Sul]. Seria muito difícil convencer a Nasa a investir em uma nova missão”, estimou.

A navegação do balão estratosférico transportando experimento GRIPS com Solar-T – denominado de voo NASA 668N – pode ser acompanhada pelo site www.csbf.nasa.gov/map/balloon8/flight668N.htm .

Elton Alisson | Agência FAPESP