sábado, 31 de janeiro de 2015

Tecnologia ensina óptica para pessoas com deficiência visual

Um projeto idealizado pelo Student Chapter (SPIE), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e pelos professores do Instituto, Cristina Kurachi e Vanderlei Salvador Bagnato, poderá contribuir com o ensino da óptica para pessoas com deficiência visual, por meio de painéis educativos tácteis visuais. 

Projeto vai ensinar óptica para pessoas com deficiência visual | Foto: Divulgação IFSC

A estudante de doutorado do Grupo de Óptica do IFSC, Hilde Harb Buzzá, que está envolvida no projeto, conta que a ideia surgiu em razão do Ano Internacional da Luz, comemorado pela comunidade científica nacional e internacional ao longo deste ano de 2015, conforme determinação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“A luz é um elemento visual, então nos lembramos daqueles que não enxergam. A partir daí, pensamos em várias formas de viabilizar o contato entre deficientes visuais e algo relacionado à luz”, explica a pesquisadora. O docente Eder Pires de Camargo, que ministra aulas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), é cego desde os 12 anos de idade e colabora com a organização na projeção dos citados painéis.

“O projeto será lançado no Rio de Janeiro, pelo fato de a capital do Estado ser sede do congresso da International Photodynamic Association (IPA 2015) e do SPIE Biophotonics South America, dois dos maiores eventos voltados à óptica na saúde e instrumentação, que reunirão especialistas brasileiros e estrangeiros. Como a atual diretora do museu é uma ex-aluna do IFSC, fizemos o contato diretamente”, conta Hilde Buzzá. As atividades voltadas para pessoas com deficiência visual acontecerão no Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e  vão enfatizar os diversos conceitos da área de óptica, como, por exemplo, átomo, efeito fotoelétrico, natureza ondulatória da luz, entre outros. A entrada será gratuita.

Exposição itinerante

Após três meses no Rio de Janeiro, a exposição viajará até São Carlos e deverá ser itinerante ao maior número de cidades possível. Além dos painéis tácteis visuais, Hilde revela que existe a ideia de se criar uma experiência de cinema sem imagens, envolvendo diversas outras sensações, como, por exemplo, o sentido olfativo. Esta experiência envolverá também os organizadores do evento, uma equipe de roteiristas, alguns atores e diretores, dispostos a cooperar com o projeto.

Na opinião de Hilde, todos os visitantes que não possuírem deficiência visual também serão beneficiados, já que essa iniciativa oferecerá outra abordagem da física, possibilitando que todos possam deixar o local com novos conhecimentos ou, inclusive, com a vontade de seguir a carreira da física.

O projeto, cujo lançamento está previsto para o próximo mês de maio, conta também com a participação de alunos e professores da Unesp e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 

Confira o vídeo referente a este projeto. 

Assessoria de Comunicação do IFSC

Acupuntura no SUS sofre com falta de oferta e documentação

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP analisou a implantação da acupuntura no SUS e detectou que, apesar dos avanços, a falta de oferta do serviço ainda é um problema.  “Isso pode comprometer a consolidação e ampliação da acupuntura nos serviços públicos, como na atenção básica”, alerta a pesquisadora e acupunturista Leandra Sousa.

Implantação da acupuntura no SUS, apesar dos avanços, ainda é um problema | Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Os resultados são frutos de análises dos documentos, de 2001 a 2011, do Departamento Regional de Saúde XIII (DRS) do Estado de São Paulo — região de Ribeirão Preto, atrelados a entrevistas com gestores da área da saúde. “A acupuntura foi inserida há nove anos no SUS e, apesar do tempo, existem poucos documentos relacionados à prática”, conta Leandra.

“Dos 26 municípios estudados, apenas sete (26,9%) apresentaram algum registro referente à acupuntura. Desses, somente dois oferecem atendimento pelo SUS”, relata a acupunturista.

Segundo a pesquisa, a prática não é prioridade na agenda política dos gestores do DRS estudado. “Durante as entrevistas, foi detectado que há uma abertura para a implantação, porém interesses coorporativos e financeiros esbarram na questão.”

Outro resultado obtido durante a análise diz respeito à quantidade de registros sobre a oferta do serviço. Leandra observou que, “ao todo, foram 84,4% de documentos sem nenhum registro sobre a oferta da acupuntura”.

Para a pesquisadora, o baixo índice de registros significa que os instrumentos de gestão ainda são utilizados de modo equivocado. “É possível que determinado município oferte acupuntura nos serviços do SUS, mas não tenha registros dessa oferta e vice versa.”

A pesquisa revelou também que boa parte da população não sabe que a acupuntura é fornecida pelo SUS. “As pessoas desconhecem que o governo disponibiliza essa prática nos serviços do Sistema Único de Saúde.”

Documentos como Planos Municipais de Saúde, Relatórios Anuais de Gestão e as bases do Sistema de Informação do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) foram a base para a análise do atual cenário da acupuntura na região. “As ações de saúde contidas nesses documentos expressam o compromisso político assumido pelos gestores no desenvolvimento das ações de saúde dos serviços.”

Segundo Leandra, a acupuntura tem reconhecimento internacional como uma forma de prevenção de doenças e promoção de saúde. A prática também reduz gastos com remédios e tratamentos, o que tem levado “os centros de pesquisas a incentivarem estudos que comprovem, no Brasil, que a acupuntura representa uma forma de redução de gastos com saúde”.

A tese Acupuntura no SUS – realidade e perspectivas, orientada pelos professores Maria José Bistafa Pereira, da EERP e Nelson Filice de Barros, da UNICAMP, foi defendida no segundo semestre de 2014.

Por Marcela Baggini | Comunicação Social /Prefeitura do Campus de RP USP

Cúrcuma pode reduzir sintomas da depressão

Pesquisa da nutricionista Gizele Barankevicz no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou a atividade antioxidante e a ação antidepressiva do pó da cúrcuma em experimento empregando modelo animal. 

O estudo foi realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) UNICAMP, e estiveram envolvidos professores, alunos de pós graduação e iniciação científica. 

O objetivo é explorar as funções medicinais da cúrcuma, planta usada na indústria alimentícia e farmacêutica. 

Cúrcuma: planta asiática cobiçada por chefes e degustadores gastronômicos | Foto: Gizele Barankevicz

Também conhecida como açafrão-da-índia, a cúrcuma é uma planta asiática, cobiçada por chefes e degustadores gastronômicos em diversos países. Sua principal característica é a forte cor amarela do pó obtido a partir da raiz, conhecido simplesmente como açafrão.

“A cúrcuma, mostrou-se como um alimento promissor, capaz de reduzir alguns comportamentos análogos à depressão humana, em animais submetidos a um modelo experimental para avaliação de substancias antidepressivas”, conta Gizele. Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário aplicar um teste de natação forçada em ratos, quando o animal é colocado em um tanque de acrílico com formato cilíndrico com água para avaliar sua imobilidade.

“Ao serem submetidos ao teste de natação, os animais permaneceram imóveis, com um comportamento típico deprimido, não tentando fugir da situação. Os animais que receberam a cúrcuma, tiveram uma redução nesse comportamento semelhante à depressão. Ao receberem esses tratamentos, eles tentavam a todo momento nadar e fugir da situação de risco, indicando que esse composto preveniu esse comportamento igual ao comportamento da depressão em humanos”, conta a nutricionista.

Sintomas depressivos

A pesquisa resultou em indícios reais das ações antioxidante e antidepressiva do pó da cúrcuma na redução de sintomas depressivos. Segundo Gizele, os estudos serão aprofundados durante os experimentos a serem realizados no doutorado.

A cúrcuma ou açafrão-da-índia além de muito utilizada na culinária para acentuar o sabor e colorir alimentos e bebidas, é também importante no preparo de medicamentos.

A pesquisa foi orientada pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), e reforçou a necessidade de estudos com compostos bioativos em alimentos de origem vegetal, que auxiliem na redução ou prevenção do risco de desenvolver doenças como a depressão, cuja a incidência só perde para as doenças coronarianas.

Ana Carolina Brunelli | Comunicação da Esalq

Consumo de castanha-do-brasil pode melhorar função cognitiva

Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP mostrou que o consumo diário de uma castanha-do-brasil, conhecida por castanha-do-pará, recuperou a deficiência de selênio e ainda teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como a Doença de Alzheimer.

Uma castanha por dia foi suficiente para recuperar a deficiência em selênio | Foto: Adriana Figueiredo da Silva

A nutricionista Bárbara Cardoso explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade. “Pessoas com comprometimento cognitivo leve têm mais risco de desenvolver Alzheimer”, diz a pesquisadora e autora da tese de doutorado Efeito do consumo de castanha-do-brasil (Bertholetia excelsa H.B.K) sobre o estresse oxidativo em pacientes com comprometimento cognitivo leve e a relação com variações em genes de selenoproteínas.

Entre as análises feitas pela nutricionista está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL.

Bárbara explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou Doença de Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.

“Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado”, afirma Bárbara.

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes cuja finalidade é combater a formação de radicais livres. E os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-brasil pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.

Metodologia

Foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, frequentadores do Ambulatório de Memória do Idoso, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio. “Esse alto índice era esperado, o solo da região Sudeste é pobre em selênio e a população de São Paulo tem tendência à deficiência de selênio”, conta Bárbara.

Durante seis meses, a nutricionista acompanhou dois grupos de idosos. O primeiro ingeriu uma castanha-do-brasil por dia e o outro não recebeu nenhuma intervenção. Após o período, no grupo que consumiu a castanha diariamente, todos deixaram de apresentar a deficiência de selênio.

Os grupos também passaram por avaliação neuropsicológica antes e depois da intervenção com a castanha-do-brasil. “Os testes analisaram domínios cognitivos, como a fluência verbal, capacidade de copiar desenhos, reconhecimento de figuras, entre outros. E o grupo que ingeriu a castanha apresentou melhora nos aspectos de fluência verbal, avaliada pelo número de animais que o entrevistado consegue mencionar durante um minuto, e praxia construtiva, avaliada pela capacidade do entrevistado em fazer cópia de quatro desenhos apresentados pelo examinador (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo)”.

Segundo a nutricionista, “apenas uma unidade de castanha-do-brasil forneceu 288,75 microgramas de selênio ao dia, aumentando o consumo de selênio para além da recomendação diária (55 microgramas/dia), mas sem ultrapassar o limite tolerável de 400 microgramas”.

Por Hérika Dias |  Agência USP

Vidros e vitrocerâmicas são temas de Escola São Paulo de Ciência Avançada

O Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP, está selecionando alunos de mestrado e doutorado brasileiros e estrangeiros para participar da Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC São Carlos), que ocorrerá em São Carlos (SP) entre 1º e 9 de agosto.

Inscrições para evento na UFSCar podem ser feitas até 7 de fevereiro (foto: Vladimir Fokin)

O evento ocorrerá no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, e será realizado em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) .

Serão selecionados até 100 estudantes de mestrado e doutorado – 50 brasileiros e 50 estrangeiros – que estejam realizando pesquisas na área de vidros e vitrocerâmicas.

Todas as despesas com viagens internacionais, assim como de hotéis, incluindo café da manhã e almoço em São Carlos, serão cobertas. Estudantes brasileiros que precisarem viajar para a cidade também terão os gastos cobertos.

As aulas teóricas e práticas serão ministradas pelos pesquisadores mais graduados do Cepiv e por professores convidados, com experiência internacional.

Processos de relaxação, cristalização, estrutura molecular e processos dinâmicos de vidros e vitrocerâmicas estarão entre os temas abordados por aulas e seminários.

Os participantes também poderão visitar laboratórios da UFSCar, do campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Os interessados devem enviar carta de intenção, currículo e declaração oficial da universidade comprovando a matrícula em um programa de pós-graduação no momento da inscrição. Uma carta de recomendação deve ser enviada diretamente do orientador para os e-mails dedz@ufscar.br, ligia.diniz91@gmail.com e o.lucas.lima@gmail.com.

Dúvidas sobre o evento podem ser esclarecidas com os professores:
Edgar Zanotto (dedz@ufscar.br)
Marcello Andreeta (andreeta@ufscar.br) e
Hellmut Eckert (eckert@ifsc.usp.br). 


Agência FAPESP

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica abre inscrições

Estão abertas, até 15 de março, as inscrições para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Estudantes dos ensinos fundamental e médio podem fazer a prova, que será realizada no dia 15 de maio.

Voltada a estudantes dos ensinos fundamental e médio, prova ocorrerá no dia 15 de maio (foto: Nasa/Terry Virts)

De acordo com o astrônomo João Batista Garcia, coordenador nacional do evento, o objetivo da OBA é levar “a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”.

A olimpíada é dividida em quatro níveis – três para alunos do ensino fundamental e um para o médio. Para todos, são feitas dez perguntas: sete de Astronomia e três de Astronáutica.

As medalhas são distribuídas conforme a pontuação do estudante. Os mais bem classificados representarão o Brasil em olimpíadas internacionais em 2016.

Os participantes da OBA também concorrem a vagas nas Jornadas Espaciais, que ocorrem em São José dos Campos (SP) e em Natal (RN).

Em 2014, 772.257 estudantes participaram da olimpíada brasileira. Foram distribuídas cerca de 42,5 mil medalhas – 10.412 de ouro, 14.451 de prata e 17.693 de bronze.

As escolas públicas e particulares que ainda não participam do evento podem se cadastrar pelo site http://www.oba.org.br ou por meio das fichas enviadas às instituições de ensino.

Mais informações: http://www.oba.org.br

Agência FAPESP

sábado, 24 de janeiro de 2015

USP abre inscrições para curso de Comunicação e Cidadania

Curso é voltado para jovens e adultos que tenham concluído o Ensino Fundamental e não tenham estudado em universidades públicas

Estão abertas as inscrições para o curso de Comunicação e Cidadania da Universidade de São Paulo (USP). O Projeto Redigir, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tem o objetivo de tornar a comunicação cotidiana dos alunos mais eficiente. Com duração de um semestre, as aulas apresentam conceitos de gramática e redação, além de debates sobre temas atuais. 

O curso é voltado para jovens e adultos que tenham concluído o Ensino Fundamental e não tenham estudado em universidades públicas. A idade mínima para a inscrição é de 16 anos e não há idade limite. Os candidatos serão selecionados com base em critérios socioeconômicos. O resultado será divulgado em meados de fevereiro, quando também se iniciam as aulas.

As inscrições acontecem nos dias 23, 24, 30 e 31 de janeiro, e em 6 e 7 de fevereiro. Nas sextas-feiras, o horário é das 9 às 14 horas e das 18 às 21 horas, e aos sábados, das 9 às 14 horas. Para participar do curso, os interessados devem comparecer à ECA e preencher uma ficha de inscrição.

Curso de Comunicação e Cidadania da USP
Inscrição: 23, 24, 30 e 31 de janeiro, e em 6 e 7 de fevereiro. Nas sextas-feiras, o horário é das 9 às 14 horas e das 18 às 21 horas, e aos sábados, das 9 às 14 horas
Local: Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da ECA, na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Bloco 1, Sala 13, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 3091-1499, 

Portal do Governo de São Paulo