quarta-feira, 22 de maio de 2013

Parque industrial paraguaio atrai investimentos do Brasil


Economista paraguaio Gustavo Codas participou de Seminário na Unesp

As relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai avançaram positivamente nos governos de Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, especialmente após a declaração intitulada “Construindo uma nova etapa da relação bilateral”, assinada em 25 de julho de 2009. Essa declaração, que trata principalmente da gestão da Itaipu Binacional, e suas consequências para o governo de Horacio Cartes foram temas de debate com o economista paraguaio Gustavo Codas, em 20 de maio, na sede do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (Ippri) da Unesp, em São Paulo, SP.

Segundo Codas, a assinatura do documento e a aproximação entre os dois países permitiram que o Paraguai pudesse obter compensação no preço da energia cedida ao Brasil, além da construção de 347 quilômetros de linhas de transmissão, com 759 torres, e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção. Entre outros aspectos, esse empreendimento favoreceu o desenvolvimento do parque industrial de Hernandarias. “Durante anos os governos paraguaios não construíram linhas de transmissão, o que impediu o Paraguai de utilizar a energia de Itaipu”, disse o palestrante.

Outro ponto destacado no Seminário foi o interesse de empresários brasileiros no parque industrial do Paraguai. “O país oferece energia e mão de obra baratas, menos benefícios sociais, além de reduzida carga tributária, fatores que têm proporcionado a migração de produção brasileira para o outro lado da fronteira”, destacou.

Com uma agenda econômica pragmática, Horacio Cartes vai se beneficiar dos resultados desse acordo, opina Codas. Cartes deverá estreitar os negócios com o Brasil e articular a volta do Paraguai ao Mercosul.

Apesar dos avanços nessa relação binacional, Codas alertou para que o processo de integração em curso não seja apenas dos grandes capitais, mas também de pequenos negócios. “O desafio é evitar que o aumento dos negócios promova mais desigualdade”, avaliou. “Precisamos discutir também o estilo de desenvolvimento implícito nos processos de integração regional”.

Ouça entrevista com Gustavo Codas

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via Unesp | Imprensa