quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Agroecologia e sistemas agroflorestais

Fundamentais para estratégias de desenvolvimento em áreas de reforma agrária
Pesquisa sobre o tema foi realizada por mestrando do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar

Descrever os processos de transição agroecológica do assentamento Sepé Tiaraju é a proposta da dissertação de mestrado desenvolvida por Henderson Gonçalves Nobre, aluno do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural (PPGADR) da UFSCar, campus Araras. O trabalho intitulado "Sistemas Agroflorestais e a Construção do Conhecimento Agroecológico em Assentamentos Rurais" discute as metodologias participativas na avaliação do processo e também a história da implementação de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) em um assentamento da Reforma Agrária. Fundado em 2004, na região canavieira de Ribeirão Preto, o assentamento Sepé Tiaraju, primeiro assentamento da modalidade do PDS no estado de São Paulo, tem como proposta ser uma alternativa às formas convencionais de ocupação da terra e gestão dos recursos naturais adotadas na região. Por isso um grupo de agricultores do próprio assentamento, juntamente com a Embrapa Meio Ambiente, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de São Paulo e outros parceiros, tentam consolidar uma estratégia participativa de desenvolvimento e geração do conhecimento agroecológico no assentamento a partir de Sistemas Agroflorestais (SAFs). O coorientador do estudo, professor Fernando Silveira Franco, docente do Departamento de Ciências Ambientais da UFSCar, aponta que os SAFs desempenham um papel importante incentivando a diversificação da produção e criando uma dinâmica para que os agricultores possam obter renda com os produtos colhidos desde o primeiro ano. Para o desenvolvimento do trabalho, Nobre utilizou metodologias como o Diagnóstico Rural Participativo, a Pesquisa Ação Participativa e a Observação Participante, para analisar as estratégias de desenvolvimento adotadas e a contribuição dos SAFs para a construção do conhecimento agroecológico e a consolidação de sistemas sustentáveis de produção dentro do assentamento. A partir deste trabalho o pesquisador aponta que a Agroecologia funciona, especialmente por ser uma ciência nova (foi um curso reconhecido oficialmente há menos de 30 anos) juntamente com a utilização de metodologias participativas que são fundamentais para a condução de estratégias de desenvolvimento local, transformação social e incitando assim a construção, validação e apropriação do conhecimento pelos agricultores. Também ficou clara a contribuição dos SAFs para conciliar a preservação ambiental com a produção diversificada de alimentos que garantem a soberania e a segurança alimentar das famílias assentadas. Henderson trabalhou no grupo da Embrapa Meio Ambiente de 2007 a 2010 e, após a conclusão de sua pesquisa, começou um novo trabalho no Mato Grosso. "No entanto, o grupo da Embrapa, mesmo ainda sem recursos, continua acompanhando os agricultores do assentamento para dar continuidade ao trabalho", conta o engenheiro agrônomo que ainda pretende dar continuidade ao tema adaptando a outros lugares. A Defesa Pública da Dissertação de Mestrado de Henderson Gonçalves Nobre foi realizada ontem, dia 31 de agosto, no campus Araras da UFSCar.

Arthur Belotto
Comunicação Social da Universidade Federal de São Carlos

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