quinta-feira, 28 de abril de 2011

Petrobras inicia produção do TLD de Lula Nordeste

A Petrobras iniciou ontem (26 de abril) o Teste de Longa Duração (TLD) na área nordeste do Campo de Lula, no antigo bloco exploratório BM-S-11, no Pré-sal da Bacia de Santos, a cerca de 300 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.

O TLD está sendo realizado no FPSO BW Cidade de São Vicente, ancorado na profundidade de 2.120 metros. A produção deverá ficar em torno de 14 mil barris de petróleo por dia.

As informações obtidas no Teste de Longa Duração subsidiarão os estudos para o desenvolvimento do projeto do segundo sistema definitivo de produção a ser instalado no campo, chamado de Piloto de Lula Nordeste, através do FPSO Cidade de Paraty.

Este teste é um projeto do consórcio formado pela Petrobras (operadora, com 65% de participação), BG Group (25%) e Galp Energia (10%).


Imprensa | Petrobras
-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Compartilhamento automático de bicicletas inicia testes

Agência USP

No dia 4 de maio, às 12 horas, acontece o lançamento da fase de testes do Pedalusp, um sistema automático de compartilhamento de bicicletas para alunos, professores e funcionários da USP na Cidade Universitária (Zona Oeste de São Paulo). A implementação servirá para testar a tecnologia desenvolvida na Escola Politécnica (Poli) da USP para o sistema em duas estações, nos prédios do Biênio e da Mecânica, Naval e Mecatrônica da Poli. Os testes devem seguir até novembro.

Mecanismo reconhece cartões de identificação e travas das bicicletas

O Pedalusp foi concebido pelos engenheiros mecatrônicos Maurício Massao Soares Matsumoto e Mauricio Serrano Goy Villar. Ao longo de um ano, eles trabalharam para desenvolver o mecanismo de reconhecimento dos cartões de identificação e as travas das bicicletas interligadas ao sistema. Toda a tecnologia foi idealizada e criada por eles, com a colaboração de empresas prestadoras de serviços.

A idéia surgiu durante os dois anos de estudos nas "Ecole Centrale" na França para a obtenção do duplo diploma em engenharia concedido pelo convênio firmado entre instituições francesas e a Poli. A observação dos sistemas franceses de compartilhamento de bicicleta (nas cidades de Paris, Marseille e Lyon) inspirou os então estudantes a desenvolverem seu próprio sistema.

Utilização
O sistema será composto de estações automáticas estrategicamente distribuídas pela Cidade Universitária com a função de armazenar as bicicletas e disponibilizá-las aos usuários a qualquer hora do dia. No momento da primeira utilização, os usuários precisarão se cadastrar ao sistema na central de operações do Pedalusp usando seu cartão de identificação USP.

Também será necessário cadastrar uma senha pessoal. Quando o usuário for retirar uma bicicleta, sempre será necessária a utilização dos mesmos cartão e senha no terminal de atendimento da estação. O uso é gratuito, desde que a devolução da bicicleta seja feita em qualquer estação dentro do tempo permitido.

O sistema de compartilhamento foi tema do trabalho de conclusão de curso que Maurício Massao Soares Matsumoto e Mauricio Serrano Goy Villar desenvolveram juntos na Poli, e serviu como marco inicial para o Pedalusp. Depois da conclusão do curso, o trabalho foi apresentado à Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) da USP que apoiou institucional e financeiramente o projeto e deixou a execução a cargo de seus idealizadores.

O lançamento da fase experimental do Pedalusp ocorrerá no dia 4 de maio, às 12 horas, no prédio da Engenharia Mecânica da Poli (Av. Prof. Mello Moraes 2231, Cidade Universitária, São Paulo). Também está disponível um site sobre o projeto, no endereço http://pedalusp.blogspot.com .

(Com informações do Serviço de Comunicação Social da Poli)

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

Concreto com menos cimento reduz impacto ambiental

Concreto é o material mais utilizado na construção civil

A produção de concreto de alta resistência, com menor impacto ambiental e, custo reduzido acaba de ser obtida em uma pesquisa desenvolvida na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. "A pesquisa teve como objetivo buscar tecnologia que possibilitasse um concreto autoadensável, com baixo consumo de cimento Portland, e de alta resistência (fcm = 65 MPa aos 28 dias)", conta o engenheiro civil e autor do estudo Tobias Pereira. Segundo ele, a fórmula (fcm = 65 MPa aos 28 dias) significa que o concreto pudesse, em 28 dias, suportar a compressão de 65 Mpa (megapascal – valor que expressa resistência à compressão) e, por fim, ainda viesse a ter alta durabilidade. A pesquisa teve a orientação do professor Jefferson Libório, chefe do Laboratório de Materiais Avançados à Base de Cimento (LMABC) do Departamento de Engenharia de Estruturas.

Para a realização desta pesquisa, o engenheiro utilizou modelos teóricos e práticos de distribuição granulométrica dos tamanhos de partículas para a composição do concreto, além de um aditivo superplastificante composto por policarboxílicos, que permite que o concreto se torne mais fluido sem adicionar muita água, e de adições minerais correspondendo a 10% da massa de cimento Portland adicionado.

Em geral, a recomendação de uso de altas quantidades de cimento Portland ocorre devido à necessidade de alta resistência do concreto, por exemplo, em pilares de edifícios altos ou em peças de sustentação em grandes vãos.

Porém, altas quantidades de cimento aumentam o calor de hidratação, ocasionado pela reação química entre o cimento e a água. Este calor, quando liberado,atua aumentando a temperatura do concreto, que se expande e acaba por ter maior propensão a rachar, o que implica na diminuição da resistência mecânica e na possibilidade de penetração de água ou infiltração de umidade do meio ambiente.

Na produção de concreto, 90% do CO2 vem da fabricação do cimento Portland

Redução do Impacto Ambiental
O maior problema quanto ao uso do cimento Portland em altas porcentagens é que atribui à produção de concreto a característica de vilã ambiental, pois implica na produção de 90% de gás carbônico da indústria de concreto.

O pesquisador explica que, "a intenção era produzir um concreto que utilizasse apenas 350 quilos por metro cúbico (kg/m³) do cimento Portland, bem menos do que os 500 Kg/m³ de um concreto tradicional. Mas os resultados encontrados foram até melhores, porque mais baixos, chegaram a apenas 325 kg/m³."

Esta redução na quantidade de cimento sinaliza a possibilidade da diminuição da produção de cimento e, consequentemente, a diminuição de emissão de gás carbônico e menor impacto ambiental. Além do barateamento da produção de concreto".

Descobertas
A mais na composição diferenciando-se de um concreto tradicional, foram utilizadas fibras de poliamida ou lã de rocha. Os resultados foram melhores do que os esperados, pois "em um concreto tradicional, em caso de incêndios, a água que permeia o concreto se expande em forma de gás e há a possibilidade de explosão. Porém, havendo a fibra de poliamida, esta derrete formando canalículos que acabam por auxiliar na liberação do vapor, diminuindo a possibilidade de explosão." afirma o pesquisador.

Já ao se adicionar lã de rocha, a surpresa foi ainda maior porque "apesar de não contribuir para diminuir a possibilidade de explosão do concreto em situações de incêndio, observou-se que esse tipo de fibra contribui para aumentar a resistência à abrasão do concreto, ou seja, diminuir a possibilidade de erosão. Este resultado indica que concretos com esse tipo de fibra podem ser uma boa opção para aplicá-los em pavimentos", acrescenta o pesquisador.

Concreto autoadensável
Um dos processos durante a produção do concreto é denominado vibração, ela é essencial para a retirada de ar aprisionado da massa e também para tornar o concreto mais homogêneo ao preencher as fôrmas e envolver as armaduras.

O engenheiro ressalta, no entanto, que o concreto obtido por meio do estudo "é autoadensável e não necessita ser vibrado para que tome forma, ele acaba por se moldar às formas com o próprio peso."

A ausência da vibração elimina uma etapa da moldagem do concreto o que consequentemente gera redução do tempo de construção e do custo de fabricação .

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Hotelaria estrangeira aposta no Brasil

Crescimento do turismo, Copa 2014 e Olimpíadas 2016 impulsionam expansão das redes hoteleiras nacional e estrangeira 

Brasília, DF (18/04/11) - O turismo brasileiro está em alta na economia mundial. Os recentes resultados revelam que nunca foi tão vantajoso apostar na cadeia produtiva. Atualmente o setor é responsável por 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e registra um crescimento de 10% ao ano em média.

De olho neste potencial, grandes grupos do setor hoteleiro internacional já bateram o martelo: pegarão carona na boa fase do mercado e aproveitarão as oportunidades abertas com a Copa do Mundo de 2014 e com as Olimpíadas de 2016. 

A rede Hilton Hotels Corporations (Hilton Worldwide) é um exemplo. Com mais de 3,7 mil hotéis em 82 países, o grupo elegeu a expansão no país como prioridade para 2011. Atualmente, a companhia tem dois hotéis no país, um em São Paulo (SP) e outro em Belém (PA). Há acordos assinados para instalações em Salvador e Itacimirim, na Bahia. Capitais como Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) também estão na mira da rede. 

Já há profissionais em solo nacional negociando parcerias com empresas concessionárias. A bandeira Hampton, por exemplo, deverá ser uma das primeiras a sair do papel pelo Grupo Hilton para concorrer no mercado low cost. Nesse caso, o foco é um novo tipo de turista que começa a desbravar o que os destinos brasileiros têm de melhor. 

"O Brasil é a economia mais importante da América do Sul e uma das maiores economias em desenvolvimento do mundo. Isso, combinado com a falta de hotéis com bandeiras internacionais no mercado, traz uma oportunidade muito atraente para a rede Hilton de hotéis de expandir os seus negócios", afirma Ted Middleton, vice-presidente sênior de Desenvolvimento para as Américas. 

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), com a classe C e D colocando o turismo em sua cesta de consumo, mais de 30 milhões de pessoas deverão se hospedar pela primeira vez em um hotel ao longo da próxima década. Em 2010, houve crescimento de 10% da demanda e uma taxa de ocupação média de 65% ao longo do ano. 

De acordo com o secretário Nacional de Programas Regionais de Desenvolvimento de Turismo, Colbert Martins, a ampliação das redes hoteleiras mostra a consolidação do setor no Brasil. "Temos trabalhado para criar um ambiente propício para a cadeia produtiva", destacou Colbert. 

Luxo
Empreendimentos que tem a luxuosidade como conceito também preparam investimentos para os próximos anos. A Whotels, um das marcas mais sofisticadas da gigante Starwood Hotels, presente em 100 países, já está com passagem comprada para o mercado brasileiro. Em lista de espera, estão as duas bandeiras com padrão mais alto do grupo, o St. Regis e o The Luxury Collection.

De acordo com o presidente da divisão para a América Latina da companhia, Osvaldo Librizzi, o Brasil desperta interesse especial por conta da Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. "No último ano, a Starwood preparou a base para o desenvolvimento no país e foi a primeira companhia do segmento a lançar websites e ferramentas online para reservas em português, idioma falado por 240 milhões de pessoas em três continentes", afirma. 

Entre os investidores nacionais, o Grupo Fasano, reconhecido pela gastronomia e também pelos "hotéis boutique" no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo, deve desembarcar em Belo Horizonte nos próximos meses. Após comemorar uma taxa de ocupação média de 90% em 2010, a empresa venceu licitação para a compra de um imóvel na capital mineira e deve investir R$ 52 milhões no projeto.

Crédito mais fácil
O Brasil tem hoje cerca de 28 mil meios de hospedagem, entre hotéis, pousadas e albergues. O interesse estrangeiro e nacional em aumentar esse número ganhou um importante parceiro no último ano. O Ministério do Turismo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolveram uma linha de crédito específica para o setor, destinada à construção, ampliação e reforma de empreendimentos. O valor é superior a R$ 1 bilhão, com prazos estendidos e taxa de juros especiais. 

O objetivo é aumentar a qualidade e a quantidade de quartos do parque hoteleiro que atenderá os 600 mil turistas de fora e os 3 milhões de brasileiros que viajarão durante a Copa do Mundo de 2014. O ProCopa Turismo já tem três projetos contratados, que somam R$ 178,4 milhões em financiamento e devem gerar cerca de R$ 302 milhões em investimentos. Em análise, estão outras cartas-consulta com R$ 104 milhões em pedidos de financiamento.

O maior grupo em operação no país, o Accor, será um dos primeiros a aumentar a disponibilidade de leitos com empreendimentos financiados pelo ProCopa Turismo. Em breve, o Rio de Janeiro receberá o Íbis Copacabana. A companhia tem 170 hotéis na América Latina, 140 deles no país. Outros dezesseis serão construídos no Brasil em 2011.

Outra fonte de crédito recém-aberta são os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO). O Ministério do Turismo negociou junto a instituições financeiras oficiais novas regras para a utilização desses recursos. O financiamento é específico para a rede hoteleira e gira em torno de R$ 1,3 bilhão.

De acordo com levantamento do Ministério do Turismo, a iniciativa privada deverá investir R$ 9 bilhões em meios de hospedagem até 2019. A grande maioria deles, na Região Nordeste.

Turista satisfeito
Nas próximas semanas, uma iniciativa do Ministério do Turismo promete se tornar mais um diferencial para a credibilidade do setor hoteleiro entre os turistas. Será lançado o Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem, como forma de melhor orientar os turistas na hora de sua escolha. Uma ferramenta de comunicação entre o setor hoteleiro e os turistas, com o objetivo de orientá-los em suas escolhas de maneira clara e objetiva, a classificação de meios de hospedagem é largamente utilizada por países líderes no turismo.

O SBClass é de adesão e adoção voluntária. Mas para isso é necessário que o Meio de Hospedagem esteja com seu cadastro regular no Ministério do Turismo – no sistema Cadastur.

As avaliações nos Meios de Hospedagem serão realizadas por avaliadores competenteso objetivo de orientá-los em suas escolhas de maneira clara e objetiva, a classificação de meios de hospedagem é largamente utilizada por países líderes no turismo.

O objetivo de orientá-los em suas escolhas de maneira clara e objetiva, a classificação de meios de hospedagem é largamente utilizada por países líderes no turismo.Três requisitos serão avaliados: infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Um dos objetivos é incentivar medidas permanentes para a proteção de recursos naturais, consumo de água e energia elétrica entre os empreendimentos e também entre os hóspedes. A partir daí, aumentar a interlocução dos meios de hospedagem com entidade de proteção ambiental. 

O novo modelo de qualificação profissional que está sendo implementado na cadeia turística é outro fator que atrai a hotelaria. Cerca de 19 mil empresários, gerentes e profissionais do ramo serão capacitados pelo projeto "Escola Virtual dos Meios de Hospedagem", já iniciado em oito capitais do país. 

Ele faz parte do Bem Receber Copa, principal ação do ministério para qualificar atores do turismo rumo ao Mundial de futebol. A partir de um investimento de R$ 440 milhões, 306 mil profissionais de todo o segmento turístico serão atendidos. Para fazer bonito na Copa, eles também têm à disposição o Olá, Turista!, uma parceria do ministério com a Fundação Roberto Marinho. Oitenta mil profissionais estão realizando aulas de inglês e espanhol. Entre eles, gerentes, porteiros e ocupações da linha de frente dos meios de hospedagem. 

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo
-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa

Reuniões da CNIC passam a ocorrer em todas as regiões do País

Primeiro encontro fora de Brasília acontece nos dias 19 e 20 de abril em Aracaju (SE)

A partir desta semana, as reuniões da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) – grupo que dá pareceres a projetos pedindo autorização para captar recursos via Lei Rouanet – passam a ser itinerantes. Os encontros costumavam acontecer em Brasília, mas, com o objetivo de incorporar a diversidade cultural também a essa agenda, o Ministério da Cultura definiu que as reuniões acontecerão em diferentes regiões do país ao longo do ano. A primeira delas será realizada esta semana, nos dias 19 e 20, em Aracaju (SE).

A iniciativa tem como objetivo dar um caráter menos operacional e mais opinativo aos pareceres da CNIC. Belém (PA), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS) já estão no calendário até o fim do ano. Esses encontros se alternarão com os de Brasília. (Confira o calendário completo aqui).

Além de analisar projetos, os componentes da CNIC assistirão à apresentação da Secretaria de Cultura do Estado e visitarão projetos que tiveram incentivos da Lei Rouanet, de forma a interagir e conhecer mais de perto o que está sendo avaliado, fornecendo subsídios para futuras análises de projetos similares que possam ser apresentados.

Como conseqüência desta itinerância, o Ministério da Cultura acredita que produtores culturais sejam estimulados a apresentar mais projetos para tentar captação por meio de incentivo fiscal à medida que as reuniões da CNIC se realizem nessas diferentes regiões, garantindo, assim, também mais diversificação na natureza e origem dos projetos apresentados.

Transmissão em tempo real

Assim como já vem acontecendo desde setembro do ano passado, as reuniões da CNIC continuarão a ter o áudio transmitido ao vivo no site do Ministério da Cultura – www.cultura.gov.br

A sessão plenária (dia 20) da 186ª Reunião da CNIC será presidida pelo Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes. Acessando o link, os proponentes e interessados poderão acompanhar as discussões e os pareceres de projetos que serão levados para a plenária pelos integrantes da Comissão. A transmissão em tempo real visa a dar maior transparência à sociedade das discussões dos projetos nas reuniões.

A Comissão Nacional

A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), composta por representantes de artistas, empresários, sociedade civil e do Estado, é um órgão colegiado de assessoramento integrante da estrutura do Ministério da Cultura, tendo entre outras funções subsidiar as decisões do MinC na aprovação dos projetos culturais submetidos para captação via renúncia fiscal.

Os integrantes do biênio 2011/2012 vêm de um processo seletivo aberto, que teve como novidade uma metodologia que ampliou a representatividade no plenário, expandindo o caráter democrático e a participação da sociedade, já que cada entidade habilitada indicou representante de uma região brasileira. A Comissão é composta por 21 integrantes, entre eles sete titulares e 14 suplentes. (Para conhecer os membros da CNIC, clique aqui.)

Informações ao proponente

- Projetos de Artes Cênicas, Artes Visuais, Humanidades, Música e Patrimônio(61) 2024.2082 e Fale com a Cultura www.cultura.gov.br na Divisão de Atendimento ao Proponente da Sefic/MinC.
- Projetos de Audiovisual – (61) 2024.2272 e savinfo@cultura.gov.br, na Coordenação de Orientação a Projetos da Secretaria do Audiovisual do MinC. 

Outras informações
- (61) 2024.2137 / e-mail cnic@cultura.gov.br com a Coordenadora da CNIC, Érika Freddi

Caroline Borralho – Assessora de Comunicação da Sefic/MinC 
-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

Estudo indica que brasileiro está fumando menos, mas ainda é sedentário e tem alimentação pouco saudável

Resultados do Vigitel 2010 orientam políticas públicas e vão embasar plano de ação para doenças crônicas não transmissíveis, que será apresentado na ONU, em setembro de 2011

Divulgada nesta segunda-feira (18), em Brasília, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel Brasil 2010 traça o perfil de hábitos que influenciam a saúde do brasileiro. O estudo do Ministério da Saúde aponta redução no consumo de tabaco, principalmente entre homens, numa tendência que vem se confirmando nos últimos cinco anos. Por outro lado, revela aumento na proporção de pessoas com sobrepeso e obesidade; e de mulheres que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas. Confira os detalhes nos links abaixo:

Brasil avança no combate ao tabagismo

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12457

Excesso de peso cresce nos últimos cinco anos

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12459

Ministério da Saúde investe em ações de prevenção

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12458

Agência Saúde

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

Mudança Climática é tema de evento realizado pela ABES-SP

De 25 a 27 de maio, a ABES-SP – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental promove o "Seminário: Mudanças Climáticas e as Interfaces com o Saneamento". O evento tem como objetivo divulgar os principais conceitos, informações sobre políticas públicas, mecanismos de mercado e inventários de emissões de GEE para os profissionais do setor de saneamento básico; promover a integração da ABES-SP com outras instituições e grupos de trabalho interessados no tema; mobilizar a sociedade para participar do esforço mundial no combate às mudanças climáticas; apresentar experiências e estudos de caso sobre a temática; discutir questões relacionadas ao risco climático, seu gerenciamento e correlação com a saúde e a educação ambiental; apresentar mecanismos de financiamento de iniciativas e prevenção das mudanças climáticas e mitigação dos GEE; e promover a inauguração da Câmara Técnica de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.

Para Dante Ragazzi Pauli, presidente da ABES-SP, o tema é fundamental para explicar as mudanças provenientes das alterações climáticas que interferem com relevância no ecossistema. "Julgamos, como instituição que fomenta a capacitação, extremamente necessário a realização de um evento com esta abordagem. Basta assistirmos aos telejornais para acompanhar as mudanças provenientes das alterações climáticas", enfatiza.

Para Ragazzi é fundamental a capacitação de pessoas para discutir o tema com profundidade e tomar ações preventivas, que podem salvar de vidas. "Para tomar medidas preventivas é necessário conhecer a fundo o tema que é relativamente novo no mundo todo. Ninguém sabe de fato o que pode acontecer, é tudo hipotético", declara.

Na opinião de Otávio Okano, presidente da Cetesb - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, o tema está cada vez mais em pauta e deve ser amplamente discutido. "Dou total apoio para este evento que trás a tona um tema desta abrangência", enfatiza.

Para informações ou inscrições entre em contato pelo email: gerencia@abes-sp.org.br ou pelo telefone: 3814-1872

Acesse a programação completa do evento no link: http://www.abes-sp.org.br/cursos-e-eventos


-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

Perspectivas do Turismo é tema de palestra em Ubatuba SP

A Associação Comercial de Ubatuba e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Norte promovem uma palestra sobre Perspectivas do Turismo para a região.

O evento contará com a ilustre presença do professor e consultor em Turismo Virgílio N.S. Carvalho, administrador de Empresas Turísticas, diretor da ADVB-SP Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil e Fundação Brasileira de Marketing e diretor de Turismo da CNTUR- Confederação Nacional de Turismo de SP, ex-diretor da EMBRATUR- Empresa Brasileira de Turismo, Meliá Hotéis, Transamérica Hotéis e ex-coordenador de Turismo do Estado de São Paulo.

O tema do encontro será a situação atual e perspectivas no Turismo na região, no Estado de São Paulo e no Brasil.

Participarão do evento ainda, representantes do CIEE- Centro de Integração Empresa Escola e da ETEC- Centro Técnico Paula Souza onde apresentarão assuntos sobre cursos de qualificação e estágios para a cidade.                                                                                      

Data: 18 de abril (2ª feira)
Horário:19h00 
Local: Auditório Unitau - Campus Ubatuba
Endereço: Av. Castro Alves, 392 – Itaguá
 
Entrada Franca

Confirmar presença com Cristiane na Associação Comercial de Ubatuba.

Tel: (12) 3834 1449 ou pelo e-mail: imprensa@aciubatuba.com.br

Cristiane G. Zarpelão | Imprensa Associação Comercial de Ubatuba

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

domingo, 17 de abril de 2011

Mercado siderúrgico concentrado prejudica economia

A atividade siderúrgica no Brasil, analisada em pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, apresenta um alto índice de concentração, principalmente no mercado de vergalhões, no qual apenas três grupos empresariais controlam todo o mercado do produto. De acordo com o trabalho do professor universitário Janderson Damaceno dos Reis, as inúmeras fusões e aquisições ocorridas, principalmente após a desestatização do setor no País, contribuíram com o processo de oligopolização, seguindo uma tendência mundial.

Concentração no setor provoca perda de bem estar econômico

"Em uma atividade produtiva altamente concentrada, as empresas podem exercer poder de mercado e desta forma há perdas econômicas para a sociedade como um todo", ressalta Reis, que é professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais. O trabalho buscou mensurar a concentração do mercado siderúrgico brasileiro e calcular a perda de bem-estar ocasionada por este processo. Na prática, a pesquisa estudou áreas específicas do setor siderúrgico, como o de aço bruto, laminados, vergalhões e ferro-gusa. O pesquisador coletou informações a respeito do setor nos anuários do Instituto Aço Brasil, além verificar relatórios anuais dos grupos siderúrgicos brasileiros.

Para o cálculo da perda de bem-estar, estimou-se a elasticidade-preço da demanda nos diferentes mercados estudados. "As elasticidades-preços são fundamentais para o calculo da perda de bem-estar, à medida que quanto menor o valor da elasticidade maior o peso-morto ou perda de bem-estar", explica. O estudo apresentou também o cálculo do peso morto (PM), que quantifica a perda monetária da sociedade devido ao exercício do poder de mercado de uma empresa ou de uma indústria. "Esse índice é de grande importância para os órgãos de defesa da concorrência", comenta.

Os resultados mostraram que o mercado siderúrgico brasileiro é, de fato, muito concentrado e há o exercício do poder de mercado por parte das indústrias participantes em todas as ramificações analisadas, ocasionando perda de bem-estar para sociedade brasileira. De forma específica, o mercado de produtos laminados e em especial o de vergalhões foram os que apresentaram os mais elevados valores de peso morto.  Somente no ano de 2008, o peso morto estimado variou de R$ 6,7 bilhões a R$ 190 milhões, quando considerado as vendas externas, sendo o maior valor no mercado de laminados e o menor valor no mercado de ferro-gusa.

Considerando apenas o mercado interno esta variação, é de R$ 5,5 bilhões (mercado de laminados) a R$ 104 milhões (mercado de ferro-gusa). Os valores referentes ao aço bruto são de suma importância à medida que revelam o peso morto da indústria siderúrgica como um todo (exceto o mercado de ferro-gusa). Em 2008, a perda foi de aproximadamente R$ 6,4 bilhões, que representou cerca de 0,22% do PIB do País.

Perda
Segundo Reis, no Brasil há pouca importação e poucos produtos substitutos do aço, que são fatores que sugerem que a elasticidade-preço da demanda deste produto deva ser baixa.  "Além disso, nem todas as siderúrgicas produzem todos os tipos de aço, logo sugerimos que a rivalidade entre os detentores do mercado não seja grande em cada um dos nichos", observa. "Tais características corroboram com a hipótese de que essas formas não somente tenham elevado poder de mercado, mas também a possibilidade de exercê-lo. Se isso ocorre, há perda de bem estar econômico".

O mercado de ferro-gusa, menos concentrado em comparação aos demais, foi o que apresentou os menores valores de peso morto, o que era esperado, pois este mercado, apesar de ser dominado por quatro grandes grupos siderúrgicos, é um mercado onde há a participação de inúmeros produtores de pequeno porte denominados guseiros.

"Concluímos que a indústria siderúrgica, nos mais diversos mercados, tem exercido poder de mercado nos anos recentes, ocasionando perda de bem-estar para sociedade brasileira", aponta o professor. "Espera-se que este estudo, ao apresentar os valores de perda de bem-estar, possa contribuir para a análise ou para elaboração de políticas públicas relacionadas ao setor em questão."

A pesquisa de Reis é descrita em tese de doutorado do Programa de pós-graduação em Economia Aplicada, na Esalq, com orientação da professora Marcia Azanha de Ferraz Dias de Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES).  O estudo teve fianciamento da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  e da UFOP. Durante os estudos houve troca de informações e experiências com pesquisadores da Universidade de Illinois (Estados Unidos), sob orientação do professor Werner Baer, que contribuiu com o seu conhecimento sobre a Economia Brasileira. 

Caio Albuquerque | Assessoria de Comunicação da Esalq
-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Monocultivo de eucaliptos no Estado de São Paulo e meio-ambiente

Defensoria Pública de SP obtém decisão judicial liminar que suspende plantio de eucalipto em Guaratinguetá

 

A Defensoria Pública de São Paulo em Taubaté, no Vale do Paraíba, obteve no dia 28 de março decisão liminar favorável da 1ª Vara Cível da Comarca de Guaratinguetá que suspende o plantio de eucalipto no território do município, até que sejam realizados Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e audiências públicas prévias sobre cada empreendimento que realiza o cultivo dessa árvore.

 

A decisão também determina também a suspensão de corte de eucalipto na Fazenda Santa Rita V, de propriedade da VCP Votorantim Celulose e Papel, que, acordo com a ação, desrespeita as normas ambientais aplicáveis. Na fazenda, localizada em área de topo de morro, estão as nascentes que abastecem com água potável as terras baixas do entorno.

 

A decisão decorre de ação civil pública proposta pelo Defensor Público Wagner Giron de La Torre em face da VCP Votorantim Celulose e Papel, hoje conhecida como FIBRIA –

responsável, segundo a ação, pela implantação da monocultura na região – e também em face do município de Guaratinguetá e do Estado de São Paulo, responsáveis pela fiscalização do cumprimento das normas ambientais.

 

O ajuizamento ocorreu após diversos pequenos agricultores da região terem procurado a Defensoria Pública para relatar impactos ambientais - como diminuição no abastecimento de água potável, contaminação de lençol freático e metais pesados, além de êxodo de animais silvestres.

 

De acordo com o Defensor Wagner, a empresa que realiza o monocultivo do eucalipto na região possui mais de 6 mil hectares de terras recobertas com essa árvore (aproximadamente 12% do território do município), o que é irregular de acordo com normas expedidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). "É sabido que os índices máximos tolerados pelos parâmetros de zoneamento agroflorestais traçados por normas expedidas pela OMS e por estudiosos do assunto, não suplanta a faixa de segurança de 5% dos territórios agricultáveis em cada município, sob pena de inviabilizar-se a concretização do desenvolvimento sustentável, e assegurar a preservação dos recursos ambientais".

 

Na decisão liminar, o Juiz Alexandre Yuri Kiataqui também determina que o Estado de São Paulo e o município de Guaratinguetá fiscalizem o cumprimento da decisão, além de obrigar Estado e Município a suspender qualquer licenciamento ambiental para a FIBRIA, até a realização do estudo de impactos ambientais.

 

Outros casos

 

A Defensoria Pública de São Paulo já propôs ações semelhantes em outras cidades do Estado. Decisões liminares favoráveis também foram concedidas em São Luiz do Paraitinga e Piquete e o Judiciário analista os pleitos também em Taubaté e Redenção da Serra. Saiba mais nos links a seguir.

 

Defensoria Pública entra com ação questionando devastações ambientais pela monocultura do eucalipto nas cidades de Redenção da Serra e Taubaté

Defensoria obtém decisão que suspende plantio de eucalipto em Piquete

Defensoria obtém decisão liminar que suspende corte e transporte de eucalipto em área de São Luiz do Paraitinga

 

Rodrigo Vidal Nitrini - Defensor Público Coordenador de Comunicação 

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

domingo, 10 de abril de 2011

Crítica literária levou a amadurecimento de Sérgio Buarque

Embora o historiador Sérgio Buarque de Holanda seja um dos maiores intelectuais do século 20, pouco material analítico e crítico foi produzido sobre seus livros publicados após "Raízes do Brasil", obra de estreia escrita por ele em 1936. Por este motivo, o pesquisador Thiago Lima Nicodemo desenvolveu em sua tese de doutorado um estudo sobre as obras de Sérgio Buarque como crítico literário e historiador da literatura nas décadas de 1940 e 1950.

Crítica literária foi fundamental no processo de amadurecimento do próprio historiador

Segundo Nicodemo, "ler Sérgio Buarque de Holanda vai muito além do livro 'Raízes do Brasil'. Com o passar do tempo seus textos vão se tornando mais especializados,  ao mesmo tempo que contam a história de maneira sensível, atenta ao cotidiano e à mentalidade da sociedade na época." Isso, segundo o pesquisador, pode ser observado em obras como Monções (1945) e Caminhos e Fronteiras (1957), mas também está presente em sua intensa atividade como crítico literário nos anos 1940 e 1950.

Com ênfase em três momentos específicos, a pesquisa se desenvolveu, em um primeiro plano, sobre textos publicados em jornais brasileiros na década de 1940. Na segunda parte, Nicodemo buscou compreender e interpretar os textos produzidos pelo historiador enquanto este foi docente na Univesità de Roma, entre 1952 e 1954. Por fim, uniu a todo este estudo, uma análise sobre a evolução do pensamento de Buarque nos anos 1950.

Dois aspectos, no trabalho, foram significativos: o new criticism e a produção sobre "uma" história colonial brasileira.

New criticism
O new criticism, tema recorrente dos textos jornalísticos do historiador, consiste em uma nova corrente literária das décadas de 1930 e 1940. Difundida nos EUA e na Inglaterra, buscava deixar de lado as opiniões do autor e todo o contexto social, para simplesmente analisar a obra, suas características de estilo, forma e vocabulário.

Sérgio Buarque de Holanda considerava o new criticism como um movimento conservador, preocupado exclusivamente com a estética. Porém, percebeu que este movimento estava inserido no momento histórico e, mesmo sendo contrário a ele, como historiador, não poderia deixar de estudá-lo e mesmo aproveitá-lo em suas análises", comenta o pesquisador, salientando a mudança de opinião do historiador em relação ao movimento.

Sérgio Buarque pode ser considerado o introdutor dessa corrente de interpretação literária no Brasil. Elementos do "new criticism" podem ser encontrados em suas análises da poesia contemporânea brasileira, em seus textos sobre Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, dentre outros.

Uma" história colonial brasileira

A segunda etapa da pesquisa se baseia em textos e anotações em livros feitas pelo historiador enquanto esteve na Università de Roma. O objetivo de sua presença lá era ministrar aulas e palestras que possibilitassem a inserção de uma cátedra sobre Estudos Brasileiros em vários países europeus.

É nesse tempo em que ele, com um amplo aparato de pesquisa, passa a desenvolver textos ainda mais ricos em que tenta formalizar uma identidade nacional.

O pesquisador cita , por exemplo, que ao analisar o ressurgimento do Barroco na década de 1950, em seu livro "Visão do Paraíso", o historiador mostra a necessidade de se formar uma identidade nacional. "O Barroco, na opinião da elite, seria o movimento artístico mais adequado a demonstrar a tradição, riqueza e opulência da sociedade brasileira", ressalta Nicodemo.

"Sérgio Buarque vai muito longe em sua forma de entender a história. Liga, por exemplo, a tradição religiosa europeia a relatos de viajantes e demonstra como a imagem do paraíso foi fundamental para a dominação."

O estudo desenvolvido na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sob a orientação da professora Raquel Glezer trouxe como lição mais importante, segundo o pesquisador, a ideia de que "a história tem de ser vista por um viés crítico para poder produzir identidades. Por meio dela, podemos nos conhecer melhor, saber como houve a formação de nossa identidade e refletir sobre os dilemas do Brasil hoje". 
-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

Racismo impede que negro tenha cargo diretivo no futebol

A discriminação está presente "além dos gramados" no país que vai sediar a Copa

No imaginário brasileiro, existe a ideia de que no meio futebolístico as relações raciais são leves e brandas, como se não houvesse discriminação por cor, e como se nos campos o negro tivesse um espaço 'garantido', 'respeitado'. No entanto, uma série de histórias de vida e experiências contadas por jogadores, dirigentes, treinadores, árbitros, torcedores, jornalistas e intelectuais, seguidas das análises feitas pelo pesquisador Marcel Diego Tonini, revelam o caráter ainda racista dos bastidores do futebol, principalmente quando o que está em jogo é o comando de clubes e federações, ou seja, os cargos de chefia e liderança "além dos gramados".

Percebendo que as pesquisas já realizadas a respeito do tema 'negro no futebol brasileiro' abordavam exclusivamente os jogadores, Tonini decidiu analisar outros profissionais desse universo. Assim, apresentou em seu trabalho um novo olhar sobre o tema, utilizando como ferramenta de estudo o registro das histórias orais da vida de pessoas que trabalham no campo e nos bastidores.

Os relatos demonstram como o racismo ainda é assunto 'tabu' no Brasil, evidenciando o histórico brasileiro de não discussão do tema, inclusive no meio futebolístico. "O 'interior' do futebol funciona na mesma direção da própria sociedade: uma 'área rígida' para as relações raciais, na qual ser negro ainda é empecilho para ascensão profissional", salienta o pesquisador. "Nas 20 entrevistas, negros e brancos mediam palavras, como se o próprio ato de conversar sobre o tema significasse que eram racistas", completa.

Segundo Tonini, o estudo das histórias narradas pelos próprios negros que vivenciaram situações de discriminação, com experiências dentro do jogo e relacionamentos nos bastidores, representa um caminho eficaz para o desenvolvimento da investigação sobre as relações raciais no Brasil.

As histórias de vida
Para realizar a pesquisa  Além dos gramados: história oral de vida de negros no futebol brasileiro (1970-2010), Tonini entrevistou, entre outros, o ex-jogador Junior, do Flamengo; Jairo, que foi goleiro do Corinthians, e João Paulo Araújo, árbitro que atuou nas décadas de 1980 e 1990. Além deles, outras personalidades conversaram com Tonini, como Paulo César de Oliveira, árbitro, e os dirigentes do Juventude, do Grêmio e do Cruzeiro – times marcados por histórias polêmicas relacionadas à discriminação.

De acordo com o autor, a ideia do negro como jogador, e não como dirigente, ou técnico, já é algo comum e estabelecido no imaginário da sociedade. Essa concepção se confirmou por meio das entrevistas, que revelavam experiências de infância e dos dias atuais. Os relatos possibilitaram ao pesquisador entender como pensam os próprios sujeitos dos campos e bastidores quando o que está em pauta é o racismo no futebol.

"O intuito era acrescentar para a literatura dados qualitativos relevantes, referentes ao período de tempo compreendido entre os anos de 1970 e 2010; um recorte recente da nossa trajetória futebolística", acrescenta.

Dirigentes brancos
Tonini pôde conlcuir que, mesmo no mundo do futebol, se mantém a mentalidade de que o negro não serve para pensar. Sendo incapaz de comandar, deve apenas obedecer. "Trata-se de uma herança do ideário escravocrata. Nesse contexto, podemos questionar, por exemplo, por que a maioria dos dirigentes é branca", indaga o pesquisador.

"Geralmente, esses líderes vêm de famílias abastadas, já tendo sido sócios do clube. O fato de o branco ter mais oportunidades que o negro é uma questão relacionada à construção da história brasileira, marcada pela escravidão. A partir do momento que decidem que no futebol os dirigentes de clubes não são remunerados, consolida-se uma das várias maneiras de não deixar que o negro seja inserido nesses cargos de chefia. Até porque, nem aqueles jogadores negros que tiveram uma projeção conseguiram galgar a hierarquia do universo futebolístico", explica Tonini.

Obstáculos da cor 
Não conseguir apitar uma final de campeonato, por exemplo, foi um dos obstáculos enfrentados pelo entrevistado João Paulo Araújo. O ex-árbitro afirma não ter vivido essa experiência por causa da cor de sua pele. Andrade, ex-técnico do Flamengo, vencedor do Campeonato Brasileiro de 2009, não foi mais contratado por nenhum outro grande clube depois de ser demitido em 2010. Ele também é negro.

O relato de Junior, ex-jogador do Flamengo nas décadas de 1970, 1980 e 1990, que veio a ser treinador, abordou o caso da faixa estendida por torcedores em uma partida na Itália, onde estava escrito "Junior, negro sujo". Tonini conta que o atleta veio de família rica do nordeste – uma exceção no contexto do futebol -, e que, provavelmente por conta disso, não se veja como negro, afirmando ainda não ter sofrido discriminação no Brasil.

"Mas outros três relatos me chamaram atenção: os dos próprios dirigentes", conta o pesquisador. "Quando perguntei sobre o caso de racismo que aconteceu em uma partida entre Grêmio e Cruzeiro, que inclusive teve repercussão na grande mídia, os dirigentes de ambos os clubes tentaram, de certa forma, minimizá-los, como se fossem meras casualidades, e não discriminação racial. Talvez, se dependesse deles, casos como esse não receberiam atenção", aponta Tonini.

O mestrado foi defendido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da
USP, no dia 17 de fevereiro de 2011.

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Corredores verdes reduzirão ilhas de calor e inundações em SP

Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq

Um estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, resultou em uma proposta de criação de corredores verdes na cidade de São Paulo, interligando as subprefeituras da Mooca, Sé e Pinheiros. "A presença de elementos vegetativos urbanos melhora a qualidade de vida do cidadão, uma vez que contribui para diminuir a incidência de ilhas de calor, amenizar inundações e problemas respiratórios", afirma a gestora ambiental Juliana Amorim da Costa, autora da dissertação Uso de imagens de alta resolução para definição de corredores verdes na cidade de São Paulo.

Avenida em Pinheiros, bairro com alto índice de arborização

De acordo com Juliana, os corredores verdes são áreas que dispõem as árvores em formato linear, exercendo funções ecológicas (interligação com outras áreas verdes como praças e parques), estéticas (deixando o ambiente mais agradável) e culturais (tornando o ambiente propício para as atividades recreativas, favorecendo a vivência do espaço público pela população). A pesquisa foi defendida em 13 de dezembro de 2010, junto ao programa de pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq, sob a orientação do professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do Departamento de Ciências Florestais (LCF).

Mapa com o esquema de corredores verdes proposto para São Paulo

Imagens de satélite
Com objetivo de indicar áreas prioritárias para o desenvolvimento de corredores verdes, a pesquisadora selecionou as regiões pertencentes às subprefeituras da Mooca, Sé e Pinheiros como foco do estudo. "Estas regiões foram escolhidas devido suas diferenças no quesito arborização. As subprefeituras da Mooca e da Sé possuem baixa quantidade de árvores, já os bairros da região de Pinheiros são conhecidos por serem altamente arborizados", comenta. Para verificar a transformação das áreas verdes nas três regiões, o estudo recorreu, como instrumento de pesquisa, à análise de imagens de satélite de alta resolução dos anos de 2002, 2004, 2006 e 2008. De acordo com Juliana, as ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto são utilizadas atualmente com sucesso para avaliar o tecido urbano, em especial os índices de arborização. Entre outubro de 2009 e outubro de 2010, a gestora ambiental fez visitas a campo e, paralelamente, no laboratório de Silvicultura Urbana e no Centro de Métodos Quantitativos, do LCF, Juliana observou imagens de alta resolução para indicar áreas a serem arborizadas.

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa avaliou diferentes métodos de obtenção de dados físicos do tecido urbano, por meio de técnicas de geoprocessamento, além de levantar e relacionar variáveis que influenciam a presença do verde. "Com intenção de indicar áreas a serem arborizadas, observamos declividade, pontos de alagamento e quantidade de cobertura arbórea e aplicamos um índice de vegetação para diferenciar áreas vegetadas de não vegetadas", aponta Juliana.

Para o cálculo de área de copa arbórea, foi realizado um procedimento que permite classificar a imagem de satélite em diferentes classes. "As classes utilizadas foram copa arbórea, relvado, asfalto, piso cimento, telha cerâmica, telha cinza, telha escura, telha metálica, sombra, solo exposto e outros. Com a classificação da imagem, foi possível obter a porcentagem de cada elemento presente na imagem e, assim, calcular o Índice de Floresta Urbana (IFU). Esse índice varia de 0 a 2, sendo que quanto mais próximo de 2, maior a quantidade de áreas verdes", explica.

No geral, os valores encontrados indicam a necessidade do aumento de arborização urbana nas três regiões de estudo, mesmo a subprefeitura de Pinheiros apresentando melhores resultados quanto ao IFU, confirmando o que foi constatado em campo como a região mais arborizada.  A partir da junção das informações do índice de vegetação aplicado nas imagens de satélite com a declividade, foram definidos os locais para a disposição de corredores verdes interligando as subprefeituras. "A proposta teve como objetivo conectar parques, praças e outras áreas arborizadas, e com o uso das informações coletadas esse objetivo foi atingido". Em paralelo, a pesquisa considerou ainda a presença/ausência de pontos de alagamento. "A arborização é importante no aumento da permeabilidade do solo e assim contribui para amenizar os pontos de alagamento", explica. "O uso desses pontos de alagamento juntamente com dados quantitativos sobre arborização também apontou áreas prioritárias a serem arborizadas seguindo o conceito de corredores verdes", conclui a pesquisadora.

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vídeos orientam público a reduzir sódio na alimentação

Julio Bernardes | Agência USP

Uma série de 14 vídeos produzidos por alunos de graduação em Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mostra a importância de práticas alimentares saudáveis, tendo como tema a diminuição da ingestão de sódio. Cada vídeo é voltado para um público específico, desde mães que alimentam seus bebês até idosos. Desenvolvidos na disciplina de Educação Nutricional com orientação das  professoras  Ana Maria Cervato Mancuso e Ana Maria Dianezi Gambardella, da FSP,  os vídeos serão veiculados e avaliados conforme o público-alvo.

Usado para realçar sabor de alimentos, sódio pode trazer riscos à saúde

Para o desenvolvimento dos vídeos, as professoras utilizaram princípios de Educomunicação, sob supervisão do professor Ismar de Oliveira Soares, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, para tornar as informações sobre nutrição acessíveis a toda a sociedade de forma mais ampla e ágil, quando comparada com os trabalhos escritos. "Não adianta fazer educação se não houver comunicação", ressalta a professora Ana Maria Gambardella.

O objetivo do projeto, para o ano de 2010, foi a a redução da ingestão de sódio, usado em muitos alimentos industrializados para realçar seu sabor. "Apesar dos riscos à saúde, o sódio está presente em muitos produtos, inclusive doces", alerta a professora. "Um pacote de macarrão instantâneo, por exemplo, tem uma quantidade de sódio maior do que o limite aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS)."

Conteúdo
Os 80 alunos da disciplina de Educação Nutricional foram divididos em grupos para elaborar o conteúdo educacional e realizar a produção. "As informações foram trabalhadas para determinados grupo da população, entre eles mães que alimentam bebês, jovens, adultos e idosos", conta a professora. "Esta orientação pode  ajudar a prevenir hipertensão arterial e outras doenças crônico-degenerativas causadas pelo consumo excessivo de sódio."

Para veicular as informações ao público, os alunos gravaram em vídeo reportagens, entrevistas com especialistas em saúde e nutrição e encenaram pequenos esquetes de ficção. "O que tinha de ser veiculado é a necessidade do público prestar atenção nos rótulos dos produtos alimetícios e ficar atentos à grande quantidade de sódio  e os riscos à saude", diz Ana Maria Gambardella.

Para permitir acesso mais amplo às informações veiculadas, também está prevista a disponibilização dos vídeos na internet. Outra proposta é a  exibição em salas de espera de hospitais e ambulatórios, de modo a aproveitar o tempo que os usuários dos serviços de saúde aguardam para ser atendidos. Uma das produções dos alunos pode ser assistida na seção de Vídeos.

No segundo semestre deste ano, os novos alunos da disciplina Educação Nutricional irão veicular os vídeos produzidos em 2009 e 2010 para os públicos a que se destinam e avaliar o seu retorno. Em 2009, a produção de vídeos teve o apoio da TV USP,  da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da USP, e o tema abordado foi a alimentação saudável. No ano passado, os alunos tiveram o auxílio do projeto Telesaúde, da disciplina de  Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).  Também colaborou o professor Ismar de Oliveira Soares, da ECA.

(Imagem: cena do vídeo "Será que é preciso reduzir o consumo de sal?", produzido pelos alunos João Paulo Vicente Alonso, Isabel Cristina Rodrigues, Janaína Alessandra Silva, Fernando Nishizawa e Ana Carolina Ragungnetti e cedido pelas professoras responsáveis pelo projeto) 

-- 
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
coletivo de imprensa